O vazamento do inquérito contra Wanderlei Barbosa e Karynne Sotero ontem em nada altera a situação penal dos investigados.
Não tem a potência de agravar os delitos que ainda nem foram denunciados. Porque não são delitos novos. Foram os que fundamentaram o afastamento.
Detalhes da operação (cofres, gavetas de banheiro com fundo falso, fazenda, chácara) agora expostos no vazamento (relatório dos policiais), já teriam sido submetidos ao crivo do STJ.
Há exatos 20 dias. E a decisão do STJ já fora tomada após a segunda fase Operação Fames-19. Uma decisão colegiada pela cautelar cumprida. Sem o contraditório, portanto.
Ah, LA, mas pode ser, o vazamento (e a lógica o indica) do dia do cumprimento da decisão. Sim. É fato. Mas não muda a situação circunstancial e processual dos envolvidos.
E então qual seria a intenção do vazador agora? Se a consequência do vazado já estaria posta!!!
Ela terá sido inferior ao que se esperava, pelo vazador, em função da “potência” da causa, o vazado?
Prevalecida a hipótese, a consequência teria sido inferior à causa detectada pelos policiais no inquérito.
E aí o papel de vazador tem seu endereço denunciado. Ele não teria aquiescido da decisão colegiada do STJ e tentaria alterá-la no STF.
Fazendo uso de expediente político do vazamento de informações sobre condutas supostamente imorais e ilegais às vésperas do julgamento de um recurso.
PS: acho, sim, suspeito que um governador que declarou patrimônio de R$ 2,2 milhões (2022) apareça menos três anos depois com 1,3 mil cabeças de gado (R$6,7 milhões), uma chácara e uma fazenda.
E ter sido encontrado com gavetas de banheiro com fundo falso. Mas há o contraditório que não foi ainda observado.