Eduardo iniciou, sob a ótica política, com musculatura renovada esta semana.

Ainda ecoa a foto de 21 vereadores (ladeados pelo Secretário Chefe de Gabinete com quem almoçaram no dia anterior) de entrega de um manifesto contrário a pedidos de impeachment.

Ainda que no manifesto se omita o nome dos vereadores que o teriam endossado, um ato meramente político, a foto está lá.

E cujo endereço seria a população e não o próprio Eduardo como induz sua exposição. Só um vereador tem falado de impeachment na Câmara: Vinicius Pires.

E ele disse ao blog no final de semana que vai segurar por hora. Mas diz que o pedido seria robusto. Sugeriu que os demais vereadores fazem jogo duplo de barganha.

Os 21 vereadores com a nota terminaram, assim, aparentemente, por apontar um canhão para uma formiguinha mas podem ter iluminado que, talvez, o vereador do Republicanos não estivesse tão desarmado assim.

Expondo a precipitação e falta de cálculo estratégico do manifesto que pode resultar no contrário: no interesse da população sobre a denúncia ainda não protocolada..

Regimental e juridicamente, não haveria, de fato, a necessidade do manifesto. E Eduardo (que já foi prefeito, deputado federal e senador da República) saberia muito bem disso.

Protocolar pedido de impeachment é direito de qualquer cidadão, político, doutor ou não. É igual HC: pode ser feito até em papel de pão.

Assim como a competência de colocar o pedido para tramitar é do presidente do Legislativo. Emoldurado na foto de sexta.

E isto quem lhe concede ou respalda não é a vontade política da foto. Mas a Constituição. Vontades, como se sabe, são circunstanciais.

Ademais, não se tem conhecimento, nos quase nove meses de administração, da prática de atos de improbidade ou crimes de responsabilidade por parte do prefeito Eduardo Siqueira.

Em não se comprovando os motivos, resvalaria-se para a luta política, que é legítima.

Eloquente, entretanto, as contradições reveladas no manifesto assinado pelos 21 vereadores.

“O devido processo legal exige fatos, provas, contraditório e ampla defesa. É assim que se constrói justiça. Sem isso, o que resta é perseguição”, concita o texto assinado também pelo ex-prefeito e vereador Carlos Amastha (PSB).

O mesmo que protocolou no Legislativo estadual dois pedidos de impeachment de Wanderlei e de afastamento de deputados.

Quando nem denúncia sequer fora formalizada contra os ainda apenas investigados.

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Ponto Cartesiano

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