O governador Wanderlei Barbosa tem feito dos agradecimentos de lideranças (que diz estar recebendo) combustível na sua particular ordenação de realidades.

Os prefeitos não tem o que reclamar de Wanderlei. As manifestações em privado ao governador afastado (que as torna públicas nas redes) não os isentam, entretanto, da omissão pública pós-afastamento.

Wanderlei repassou aos prefeitos nos 46 meses à frente do cargo a soma de R$ 6,783 bilhões. Regularizou as transferências, repassando-as semanalmente.

O equivalente a 4,5 vezes os R$ 1,504 bilhões repassados aos municípios por deputados federais e senadores de emendas individuais e de bancada no período.

E duas vezes mais do que Mauro Carlesse (R$ 3.487 bilhões) nos 46 meses em que ficou no cargo.Ou seja, Wanderlei teve 6,9% a mais de administração de Carlesse, mas repassou 48,5% acima do repassado por seu antecessor.

Suas publicações intensificaram-se, entretanto, controversas. À medida dos fake-news espalhados por blogs de Netuno, Marte, Vênus...até Plutão.

Aparenta ser uma estratégia: o governador afastado com sua versão verdadeira, contrito nas expressões de gratidão e resiliência. E os fakes amplificando a dúvida.

Não percebe, o grupo mais próximo de Wanderlei,  que sentimento de gratidão sinaliza o passado.  E não o futuro. Sem poder político, não tem o quê oferecer nos próximos doze meses.

Não se vê prefeitos, com efeito, nem deputados e senadores expressando defesa de seu futuro. Até 4 de outubro de 2026, é provável que tenham que prestar agradecimento a outro governante.

De forma que seu posicionamento nas suas redes sociais – somada a inércia processual de seu recurso - impele a dedução de que só lhe restaria a ocorrência da razão universal. Estoicismo puro.

Sua dialética não hipotética, como é possível antever, pode ser confrontada com a matemática.

As investigações da polícia judiciária deixaram o ponto de partida e podem alcançar patamar em que as hipóteses se tornem princípios.

Uma linha ascendente que pode se cruzar e ultrapassar a trajetória descendente de qualquer retórica/dialética. Com tal primitivismo, mais ainda.

Wanderlei faria melhor, ao invés de tentar ordenar realidades, organizar o que pode restar de sua base política, entabular uma chapa competitiva. Enquanto não decidem seus recursos.

Pode ser ensinado que só popularidade não elege ninguém.

Caso contrário, Pelé teria sido presidente do Brasil.

E Chacrinha teria balançado a pança no Palácio Guanabara.

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