O governador afastado Wanderlei Barbosa foi às redes ontem para agradecer o “apoio” da população por seu retorno.
E, como aquele zagueirão que prefere a canela do centroavante à bola, apropriou-se das progressões autorizadas por Laurez na folha de setembro.
Aplicou Wanderlei que as concessões foram dadas por ele. Um reducionismo e manipulação a um só tempo.
As progressões são de lei, direito do servidor autorizado por lei. Sua implementação deveria ser obrigatória, mas não o fazem os governos.
Mauro Carlesse, por exemplo, as suspendeu por 30 meses no seu governo (2019), lembram-se. Justificou falta de dinheiro.
Isto levaria a decisão para a vontade política. Wanderlei as implementou (parte delas) em abril de 2022. Um mérito se observado pelo funcionalismo.
Não se diria o mesmo do garfo nas receitas que já obriga o governo a tomar emprestado para fazer obras com juros de mercado.
Estamos gastando a poupança de nossos netos. Mas a maioria (nem Wanderlei) enxerga por este prisma. Vê só um montão de "oncinhas" pela frente.
Na tese de hoje, o Wanderlei que implementou as progressões em 2022, por exemplo, teria sido o seu responsável também por aquela dívida de progressões de R$ 250 milhões cobrados pelo servidor naquele ano.
Não foi. O direito vem da lei. Por outro, lado, ele (Wanderlei), por vontade política, decidiu, este ano, em maio reconhecer as progressões que já eram legais.
Implementou apenas parte do financeiro. De igual modo que não implementou o devido aos policiais penais e nem executou os 25% dos servidores determinados pelo STF.
A implementação do restante das progressões determinada ontem por Laurez na folha de setembro, portanto, em absoluto, seria uma vontade política de Wanderlei.
Ademais, por que motivos não implementou Wanderlei o financeiro em maio a todos os servidores com direito? No primeiro quadrimestre?
Imagino que o governo já tinha uma projeção da insolvência no segundo quadrimestre (já apontado neste blog) e que se materializou inevitavelmente. Como de fato se dá.
Isto levaria a maiores dificuldades econômicas e políticas ao próprio Wanderlei para decidir, agora, se não tivesse sido afastado, de cumprir o que prometeu em maio.
E que Laurez enfrentou: R$ 4,5 milhões a mais de novas despesas contínuas e obrigatórias.
Uma construção que vai elevar mais ainda o comprometimento das receitas no balanço do terceiro quadrimestre em dezembro. Mas assumido por Laurez e não Wanderlei.
E que no segundo quadrimestre (Wanderlei) foi maior do que no primeiro (abri) e dezembro (2024).
Uma sangria que certamente seria aumentada no ano eleitoral.