O prefeito de Carmolândia, Douglas Oliveira (UB), não entendeu nada!!! E pode continuar não entendendo. Há questões que o ensino regular e a riqueza (há tantas e de tantos modos) não modificam facilmente. Uma delas, a cognição.
Publicou no instagram que o único problema que o blog encontrou na vida dele foi o patrimônio. Ou seja, o cidadão Douglas seria um alvo do blog que estaria, assim, dedicado a chafurdar, num fiat-luz, do nada, na sua vida pessoal e política.
Sugerindo que o blog, mirando o prefeito, estivesse à caça de alguma impropriedade pessoal do cidadão Douglas. Nem uma coisa nem outra.
Nos meus 47 anos de jornalismo (32 dos quais no Tocantins) Carmolândia aparece uma vez: esta semana. Douglas foi eleito no ano passado. Só o blog tem 16 anos.
Nos últimos 30 anos devo ter passado por Carmolândia uma dúzia de vezes cobrindo campanhas eleitorais majoritárias. Não conheço o prefeito nem o Douglas, que diz ser meu leitor.
E o quê o prefeito e o Douglas não entenderam: o artigo do blog apontava a contradição do prefeito e do cabo eleitoral de Dorinha Seabra.
Douglas se juntou ao prefeito para apontar um crime do governo (condicionar benefícios à população em troca de apoio político do prefeito) quando, por outro lado, elogiava, de público, atendimento de uma Secretaria do governo sem a chantagem denunciada.
De resto, se o patrimônio do Douglas é estritamente pessoal, o do prefeito não!!! Tanto que é obrigado a declarar à Justiça Eleitoral como o fez. E não há nada de errado nisso e no patrimônio.
Mas não é porque seu patrimônio de R$ 10 milhões (numa cidade de 2 mil moradores) – metade do PIB local - seja lícito, se poderia negar a escandalosa concentração de renda, com 50% da população tendo até meio salário mínimo para passar o mês.
E aí outra falta de entendimento, tanto do Douglas quanto do prefeito: um dos maiores problemas do Estado é a concentração de renda.
No Estado, o PIB per capita gira em torno de R$ 51,6 mil anuais. Significaria uma renda de R$ 4,3 mil mensais para cada cidadão do Estado.
No mesmo Estado, entretanto, 536 mil pessoas (134 mil famílias) vivem em situação de pobreza (MDS/outubro/25). E 836 mil pessoas (219 mil famílias) tem renda mensal de até meio salário mínimo.
Certamente o patrimônio de R$ 10 milhões do cidadão Douglas (47% do PIB de Carmolândia) não tem relação alguma com os 50% da população com Bolsa Família na cidade.
Mas a diferença deve, sim, ocupar a agenda do prefeito (gestor e agente público e político) que negando-o estaria a negar também o projeto de seus partidários do UB e PL que querem administrar o Estado.
E aí faltaria-lhe sentido no cargo de prefeito.
Se Dorinha, Eduardo ou Gaguim não o seguem na falta de medo, o Douglas que diz na postagem não ter medo, poderia tê-lo. Mas dele próprio pela régua que empunha como métrica.
















