Se a maioria parlamentar não o faz, as circunstâncias tendem a impor a renúncia de Wanderlei Barbosa ao cargo.
A decisão do ministro Luis Roberto Barroso (STF) é quase uma antecipação de mérito sobre o inquérito que investiga o governador afastado.
Wanderlei tem recursos, mas os prazos eleitorais não lhes dão tanta folga. E na proporção em que o inquérito avança, sua mobilidade é reduzida.
É uma situação em que o repouso inercial não é producente. Pode ter dificuldades de compreensão porque sempre foi mais mercurial do que estrategista.
Ambas as maiorias (parlamentar e aprovação popular) são voláteis. Tal o poder político.
O presidente do Legislativo, Amélio Cayres, disse ao blog na sexta que não há qualquer pressão dos deputados pelo impeachment de Wanderlei.
E deve ser verdade. Metade dos deputados também é investigada. Em Mauro Carlesse também ocorreu o mesmo. Mas ao final, a unanimidade optou pela pressão popular.
Ademais, se há um mês Wanderlei protagonizava sua sucessão, hoje teria dificuldade para entrar na chapa de Dorinha/Eduardo Gomes/Carlos Gaguim.
Uma renúncia o quanto antes afastaria a possibilidade da inelegibilidade já solicitada pelo PSB.
Sob a argumentação de que apenas o protocolo do pedido no Legislativo já caracterizaria motivo para que a renúncia atraísse a inelegibilidade.
E o governador afastado não poder disputar eleições no próximo ano. Um desperdício de aprovação popular.
Mas como Wanderlei já disse que não iria disputar nada em 2026, pode estar seguindo o projeto.
E aí uma decisão estritamente pessoal que ninguém tem nada com isto.
É bem melhor deitar na rede no vão do Taquaruçu.