Laurez Moreira tem sido empurrado para um falso dilema: devolver ou não os recursos subtraídos dos servidores públicos que percebem salários acima de R$ 32 mil (salário do governador).

Tem à sua frente, pode-se inferir, sob pontos de vistas distintos, um manjar e uma lavagem. Pode escolher  prato e o resultado.

É um conflito político que segue um determinismo moral falacioso como apresentou-se nítido na reunião de ontem entre funcionários e secretários.

Destaque não irrelevante e não assintomático: protagonismo do Planejamento e ausência não justificada da Fazenda na reunião agendada antecipadamente.

A natureza política até aqui tem sido resumida assim: o governo reconhece a anormalidade da apropriação, mas restaurá-la poderia trazer-lhe danos políticos. Demagogia pura, populismo barato.

Há, agora, a perspectiva de uma decisão até sexta-feira. Planejamento justificou necessidade de “análise técnica fina”.

Mutatis mutandis, o parecer da comissão do governo elaborado pela Sefaz (DESPACHO Nº 03/2025/SCG/SEFAZ SGD Nº 2025/25009/097073)  seria “análise técnica grossa”.

Parece o Executivo (em duas décadas e meia) buscar a decisão menos impactante junto à população. Se fizer um, não terá o outro.

Sustentado por hipótese em desequilíbrio com evidências lógicas e racionais. Uma biruta ao sabor dos votos. Mesmo que no Estado, apenas o Executivo não cumpra o teto único.

Rachado dentro do próprio governo dado que o teto único é cumprido pela Procuradoria do Estado.Governo contra governo. O teto único é o referencial também  no TJ, TCE, Legislativo, MPE e Defensoria.

Há anos os gênios do Planejamento convidam a metafísica para mostrar que devolver os salários dos servidores – contabilizá-los como despesa e receita ao mesmo tempo – representaria aumento de gastos...com salários. E fosse essa matemática criativa exercício lógico.

Na calculadora dos técnicos sobre os números (STN/Secad/Sefaz), as receitas correntes líquidas devem alcançar R$ 17,573 bilhões em 2026.

A despesa total com pessoal - já com os “custos” do teto único (restauração dos salários) - é projetada em 42,99% (2026).

Um índice abaixo do limite de alerta - e fechar 2025 com 46,10% (abaixo do limite prudencial).

E que se note: as despesas de salários não sofrerão alteração com o teto único. Elas continuarão sendo aquelas que hoje já são contabilizadas como despesas

O primeiro relatório da Comissão do governo (de 13 de novembro de 2025) apontava que as Despesas com Pessoal do Poder Executivo se comportariam assim: 3º quadrimestre 2025 – 45,05%, 1º quadrimestre 2026 – 46,49%, 2º quadrimestre 2026 – 46,17% e o 3º quadrimestre 2026 – 45,09%.

Ontem o governo apresentou novos números que se aproximavam da comissão dos servidores.

Como se vê, tanto o governo como os servidores tem números que os ligam abaixo do limite prudencial.

Mas tem a biruta dos votos.

Deixe seu comentário:

Destaque

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22). Em nota, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva em...

Não há, por enquanto, uma movimentação sequer do governo, deputados, MPE e Judiciário. Mas deveriam estar atentos a esta questão do BRB...

O Executivo tem problemas para convencer os servidores que buscam o teto único. Uma reunião estava prevista para esta tarde. O horário era às...