A estratégia do governador afastado Wanderlei Barbosa de se defender atacando, pode não ser a melhor escolha jurídica para ele.
As acusações que pesam sobre seus ombros e do grupo são gravíssimas. É ainda uma fase de inquérito, sem o contraditório. Mas o STJ (como em Mauro Carlesse) decidiu por afastá-lo.
Mauro Carlesse, afastado há quatro anos pelo mesmo ministro Mauro Campbel, até hoje não foi sequer denunciado. Ou seja, não é ainda nem mesmo réu. E está nas ruas para disputar o governo novamente.
Mas é, certamente, a provocação feita por Wanderlei ontem (e prontamente respondida pelos aliados de Laurez), a opção política mais acertada para manter-se aceso até as eleições do próximo ano.
Tudo que a tática necessita é que o governador interino e seus aliados aceitem morder a isca que impõe ao grupo a pecha de traição e conspiração. E Wanderlei reverbere a tese nos próximos 12 meses.
Evidentemente, a proposição não refutaria as acusações colocadas. Disso cuidariam os advogados com suas demonstrações contrárias..
Mas a população é mais dada a dedicar compaixão aos traídos (consideradas vítimas) que aos traidores. Não é uma questão de processo judicial, mas de processo político.
Wanderlei deixa o governo com aprovação popular nas alturas e desempenho fiscal dentro da LRF. E paga em dias funcionalismo e fornecedores. Dois setores importantes.
O afastamento, diga-se, não o tornou inelegível e a possibilidade de tramitação de um impeachment (que o tornaria inelegível) no Legislativo (presidido por Amélio Cayres) é remotíssima.
Curiosamente, o afastamento de Wanderlei o ajudou a solucionar uma equação: não precisa mais escolher entre ficar no cargo e desincompatibilizar-se para disputar o Senado.
E, como um “cordeiro imolado”, ir para o sacrifício eleitoral com o seu candidato a governo.
A isca foi jogada. Se Laurez vai morder é outra conversa.