Os organizadores da manifestação pró-Eduardo (e contra a decisão do STF) decidiram cancelar o ato marcado para hoje no Comando do Quartel Geral da PM, onde o prefeito encontra-se detido preventivamente.
Escolheram acompanhar a manifestação de Jair Bolsonaro, também marcada para este domingo. Bingo.
Dizem que um substituirá o outro. Ora, ora...Asnos somos nós que enxergamos o óbvio no dogmatismo chinfrin dos ditos manifestantes.
Como o ato bolsonarista já estava marcado antes da detenção de Eduardo, a conexão “equina” é espantosa. A luta de Bolsonaro seria a luta de Eduardo e vice-versa.
Um termo em que a premissa se resolveria por ela própria. Tanto o predicado quanto o sujeito.Só que Bolsonaro ainda está livre. Eduardo preso preventivamente (sem prazo).
Corolário: como avaliara o blog ontem, alinhavam a luta política bolsonarista contra o STF com a revogação da prisão do prefeito determinada pelo mesmo STF.
Eduardo, tudo indica, avançou politicamente. Mas há um grupo que o acompanha que está fincado no passado, naquele manda que pode, obedece quem tem juízo.
São siqueiristas que necessitavam de Siqueira para ter direção. E foram herdados pelo bolsonarismo primitivo de raíz que não tem nada a ver com direita ou esquerda, progressismo ou conservadorismo, socialismo ou liberalismo.
A confusão é produto da conveniência política de líderes populistas (e larga margem de má fé) com ilhargas de ignorância coletiva salpicadas de desrespeito ao sistema político e jurídico do país.
São aqueles que imagina nas ditaduras criancinhas correndo pelo parque e pessoas com fartura na mesa,podendo ir onde bem entender e conversar em qualquer lugar.
Daí fazer do processo judicial,uma luta política do bem contra o mal. Não almejam a justiça, mas desmoralizar e acabar com o Judiciário, garantidor das regras democráticas e de direito.
Siqueira apoiou a ditadura mas defendia regras democráticas e não enfrentava o Judiciário. Era respeitado no Congresso, desde a ditadura, passando por Sarney, Collor, Fernando Henrique e até Lula.
O país ainda é uma democracia. Manifestações públicas que eram esmagadas pelo Exército e PM na ditadura militar, hoje são livres. Desde que dentro da lei.
Mas não é esse o ponto. No STF (e em qualquer instância judicial) não vale pressão. Ainda que se possa avaliar vieses políticos em determinadas decisões, juízes não podem decidir sob pressão popular.
Caso contrário, nenhum político populista seria preso por crimes. Bastaria mobilizar a massa e pronto. E todos nós sabemos dos seus atributos como faz prova reeleições e reeleições, “apesar dos pesares a apesar”.
Eduardo livrou-se, por enquanto, de um empecilho desnecessário para quem depende da Justiça para voltar às suas atividades normais.