O Fantástico (TV Globo) não acrescentou em nada à denúncia contra o prefeito Eduardo Siqueira, mas, por sua amplitude, agrava no consciente popular sua suposta participação numa pretensa organização.

O programa transcreve trechos do pedido e da decisão do Ministro do STF a que o blog teve acesso no mesmo dia da prisão, mas não o divulgou por respeitar sua situação de sob segredo de Justiça. A Globo o fez.

Não fora a trajetória política (e administrativa) de Eduardo – que teve tempo e poder suficientes para colecionar inimizades políticas – a decisão do STF (e suas razões expostas pelo Fantástico) seriam peça de defesa e não de acusação.

E por que? Ora. A reportagem (como está na peça acusatória), na impossibilidade de colocar Eduardo de forma objetiva no vazamento, atribui o interesse do prefeito nas informações em cacifar-se politicamente.

O fato: a priori, um servidor ou um advogado com acesso ao processo vazou para uma "fonte", essa "fonte" vazou para o advogado Antônio Ianovichi e este o repassou a Eduardo.

Para fazer uso de uma metáfora: um cano de água vaza numa casa, a água vai escorrendo mas todas as casas por onde ela passa são consideradas como o ponto do vazamento.

Uma argumentação frágil por que subjetiva dado que Eduardo não teria interesse no processo vazado porque dele não era parte, não seria beneficiado com seu vazamento, não estava no rol de investigados que sustentasse interesses nos resultados.

Pelo contrário: o vazamento prejudicaria as operações que, supõe-se, atingiriam, como está na denúncia, adversários. Sim, porque as conversas telefônicas ocorreram em 2024 quando Eduardo ainda era adversário de Wanderlei Barbosa, a gravação juntada à peça acusatória e de que fez uso Cristiano Zanin.

Eduardo estaria sendo acusado, portanto, de antecipar operações que prejudicariam seus opositores que, delas sabedores antecipadamente, como é lógico, reduziriam os resultados com o desaparecimento de provas.

Eduardo foi deputado federal e senador da República. Não é um neófito ou deslumbrado. Conhece o direito.

E por fim, o Fantástico realça (como está na denúncia) que os indícios (conforme o Fantástico) são de que o vazamento teria sido feito por um servidor do STJ. E que não se tem conhecimento estivesse preso.

O advogado preso na Capital o atribuía a uma fonte, quando perguntado por Eduardo. Só aí três supostos vazadores antes de Eduardo. Ou seja: Eduardo nem mesmo sabia quem "ele havia supostamente contratado" - como sugere a denúncia de organização - para pescar as informações!!!

Por isso aí, Eduardo,que não era parte e não tinha acesso ao processo, está preso preventivamente no liquidificador de sempre. Detido,deduz-se, nestas circunstâncias por tentar- conforme a decisão -  "ajudar" adversários num vazamento, tudo indica, ocorrido dentro do próprio STJ.

Merece investigação? Sim! Justiça e PF estão aí é para isto mesmo. Agora a dosimetria da prisão preventiva,sob este ângulo e razões, não se fundamenta na proporcionalidade.

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Ponto Cartesiano

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