O governo parece decidido a apostar e ver até onde pode ir com os deputados.
O pedido de empréstimo de R$ 1,7 bilhão protocolado (PL 19/2025) no Legislativo submete o Executivo não só a riscos políticos.
O Executivo se tem capacidade de endividamento de R$ 30,7 bilhões, tem problemas na capacidade de pagamento (não tem poupança corrente nem liquidez). Isto impede avais da União.
O governo justifica os R$ 1,7 bilhão com a necessidade de negociar a juros mais em conta as cinco operações de empréstimos hoje existentes: Caixa, BB, BRB, Banco Mundial e Banco Interamericano.
O texto do PL carece de explicações. Informa que o empréstimo será aplicado em amortização das operações de crédito e investimento em despesas de capital (não vai para despesas correntes).
Mas não detalha quanto irá para isto ou aquilo. O blog apurou que o Estado por enquanto não estaria inadimplente.
Com o R$ 1,7 bilhão o governo pagaria as dívidas, deduz-se, e ficaria pagando as prestações de apenas um empréstimo com juros mais em conta.
Isto evidentemente abriria espaço fiscal para o governo (mais recursos sem despesa corrente).
Se aprovado, o governo deixaria de pagar só este ano cerca de R$ 70 milhões. E no ano que vem, mais R$ 300 milhões.
Isto porque o novo contrato teria um prazo de carência até 2027 para começar a amortização.
A dívida de financiamentos do governo hoje é de R$ 3,256 bilhões (RGF/ago/25). Destes, R$ 2,147 bilhões (bancos nacionais) e R$ 1,109 bilhões (financiamentos externos).