É natural que a um ano das eleições governistas adicionem fermento às suas realizações.
E, por outro lado, apliquem um fator reducionista aos ativos dos adversários, elevando seus passivos.
Mas há uma régua que não permite determinados exageros: a execução orçamentária.
Secretários de Laurez Moreira reiteraram ontem os R$ 200 milhões gastos em shows no governo Wanderlei.
É possível arriscar, com pouca margem de erro, que buscariam um “símbolo” para a gastança do governador afastado.
É fato que o governo gastou muito e mal nos últimos 12 meses. E que as despesas com shows foram elevadas. Mas o avanço fiscal até 2024 é indiscutível.
Mas não foram R$ 200 milhões os gastos com shows. E sim R$ 113 milhões.
E destes, R$ 98 milhões foram realizados diretamente pelas prefeituras com recursos de repasses de programas do governo. Apenas R$ 15 milhões foram contratos do governo.
Foram gastos mais R$ 33,8 milhões com verbas de emendas parlamentares. Determinados pelos próprios deputados e que o governo apenas as executaria.
Os dados são da execução orçamentária e contrariam o discurso em curso. Ainda que não negasse o paradoxo do gasto com shows (sem licitação, claro) quando a pobreza persiste no Estado
Mas no polo passivo não estaria tão somente Wanderlei Barbosa. Mas também prefeitos e deputados que o governo Laurez tenta, agora, trazer para seu lado.