O governo tem tentado explicar o empréstimo de R$ 1,7 bilhão com o BB. Diz que é apenas uma repactuação para reduzir o serviço da dívida.
A cinco operações do BB a serem repactuadas somam neste sábado (Sadipem/STN) a soma de R$ 1,782 bilhões.
A maior delas (R$ 1 bilhão) contratada por Wanderlei Barbosa (14/04/2023) tem juros CDI+1,4. Como a CDI de outubro é 14,90%, tem-se uma taxa de juros de 16,3%. A Selic (outubro) é 15% ao ano.
Em 2023, ano da contratação, a taxa Selic fechou em 13,04%.
O governo estaria pagando mais caro que a maior taxa de juros do mundo ao Banco do Brasil.
Este empréstimo aí teve uma tarifa de contratação de 0,50% sobre o valor contratado (R$ 5 milhões). E outra taxa de comissão de compromisso (0,20%/R$ 2 milhões). Ganharam aí R$ 7 milhões de comissão.
O governo tem dito que busca com a repactuação uma taxa de juros menor.
Mas a taxa autorizada pela STN publicada no dia 1º de outubro para empréstimos com aval da União (para operações de dez anos) é de 120% no período do contrato.
O R$ 1,7 bilhão repactuado pode virar R$ 3,1 bilhão.
A dívida de financiamentos do Estado deveria ser auditada. Estes contratos com o Banco do Brasil, metade é em reais e outra metade em dólar.
Um deles (em dólar) firmado em 2015 (governo Marcelo Miranda) no valor de R$ 39 milhões tem hoje um saldo devedor de R$ 96 milhões.
Outro contratado em dólar com o BB em 2014 no valor de R$ 177 milhões, tem hoje, dez anos depois, um saldo devedor de R$ 433 milhões.
Aquele de R$ 1 bilhão, o saldo devedor hoje é de R$ 796 milhões. E outro (de 2022) contratado no valor de R$ 230 milhões, tem um saldo devedor de R$ 197 milhões.