Um ex-secretário de Ronaldo Dimas e Wagner Rodrigues, na Prefeitura de Araguaína, foi designado para comandar a Agência de Tecnologia da administração Eduardo Siqueira, em Palmas.
A escolha pode ser técnica e o escolhido méritos próprios, mas as implicações políticas são indisfarçáveis.
O eleitor, como é sabido, não é dado a condescender com importação de gestores e políticos. Eduardo já tinha importado Ronaldo Dimas.
O ex-prefeito (que foi candidato ao governo) tem forte personalidade e tem dito a pessoas que lhe são próximas que fica na Prefeitura enquanto Eduardo escutar-lhe as orientações.
Um recado claro: se não for atendido, cai fora. A nomeação de Fabiano de Souza, na ATI, é caso eloquente. Pode ser apenas mais uma dessas bravatas, mas o perfil de Dimas dá-lhes plausibilidade na ocorrência.
Ambos tem, no entanto, afinidades. Dimas já foi candidato a vice-governador na chapa de Siqueira Campos(o pai) em 2006 quando Eduardo tentou a reeleição ao Senado. Ambos foram derrotados por Marcelo Miranda e Kátia Abreu.
O problema é que Dimas não teria maior potência que Eduardo Siqueira (e o colégio eleitoral da Capital) para a construção de candidaturas do Podemos. Ou seja: tentativa de protagonismo sobre Eduardo Siqueira só teria soma negativa para o grupo.
Destino inexorável do ex-prefeito dado o projeto de Dorinha Seabra (UB) – de Wagner Rodrigues- e Eduardo Gomes (PL), dele próprio Dimas.
O grupo Dimas e o Podemos elegeram no ano passado apenas um prefeito: o próprio Eduardo.
Não haveria assim, em tese, elementos suficientes para sustentar uma suposta tutela política de Araguaína sobre Palmas.
Mas na política (como na geometria) um ponto é uma reta.