A oposição a Wanderlei Barbosa necessita separar as contas do governo da argamassa crítica movimentada no enfrentamento da vontade política do Chefe do Executivo.  

Muitos acrescentam atributos novos à sua personalidade. Wanderlei preferiu o Wanderlei do Taquarussu do Porto.

Não é problema algum mostrar-se como um cidadão comum nos finais de semana. As reações passionais a críticas no dia-a-dia não comprometem o principal: o desempenho.

O inconveniente surge é quando, para cultivar essa popularidade, deixa de lado cuidados administrativos, tal como ocorreu em 2024.

Há diversos pontos cegos no governo e muitos gestores tão desatentos quanto imprudentes.

Mais desgastes, não interrompida a inércia, é só uma questão de tempo, dada a despreocupação que toma conta de vários setores da administração. Se movimentam sem os freios e contrapesos.

Mas não é por isto e ter pisado nos gastos no ano passado, no entanto, que o governo vai de mal a pior. É uma premissa tão falsa quanto a de que Wanderlei estaria desconstruindo o que Mauro Carlesse houvesse elaborado.

Os números dispensam maiores explicações. Wanderlei recebeu o Executivo em 2021 consumindo 40,31% da RCL com pessoal. Fechou 2024 com 46,32%. Mas atenção: quitou passivos de mais de R$ 1 bilhão e acertou a dívida com o Igeprev.

Os 40,31% (de Carlesse) passaram para 39,35% (22), 44,87% (23) e os 46,32% do ano passado. Muito abaixo do limite que é de 49%. Carlesse fechou 2018, por exemplo, com 57,89%. Maior do que os atuais 46,32%.

Wanderlei recebeu de Carlesse uma Capag C, subiu para a B e alí se mantém, apesar dos gastos com pessoal.

No período ele reduziu a relação despesas correntes/receitas correntes. As despesas correntes passaram de 94,60% das receitas correntes (2021) para os atuais 90,15%.

No endividamento (dívida consolidada/RCL), a situação se repete. Recebeu 59,26% de Carlesse e fechou 2024 com 25,84%. Reduziu o comprometimento da receita com a dívida em 129% (33,42 pontos percentuais).

Queimou sim, disponibilidades de caixa. A liquidez relativa caiu, mas não o suficiente para retornar à letra C que pegou de Carlesse.  Era 153,79% (2021) - (Disponibilidade de caixa bruta + Insuficiência de caixa - Obrigações Financeiras) / Receita Corrente Líquida (RCL) – e encerrou 2024 com 4,66%.

Requer preocupação a inércia, claro. Mas o Estado não está no fundo do poço como pinta a oposição ao governo.

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Ponto Cartesiano

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