A prefeitura de Palmas não tem sido muito consistente na narrativa que expõe sobre o transporte coletivo da Capital.
Ela divulgou ontem em sua página isto aqui:
“A nova frota com 154 ônibus zero-quilômetros, incluindo 14 veículos reservas para substituição e manutenção, começou a rodar nesta quarta-feira, 7. Além destes veículos, dez vans zero-quilômetro(...)”.
Já teve aliado do prefeito (e até secretários) falando em 155 ônibus.
Ora, o contrato emergencial (sem licitação) com a empresa Santa Cecília de R$ 196 milhões e 265 mil (publicado no Diário do Município) prevê tão somente 140 ônibus e 10 vans.
Há entre o aquilo que a prefeitura divulga e o contrato uma diferença de 14 ônibus. A dúvida é: se esses reservas (que não estão no contrato) entrariam no custo.
Ainda que na reserva, estariam à disposição do usuário como se entende da divulgação. Ou seria um plus concedido pela empresa!!!
A narrativa tem outros senões que mereceriam maiores explicações técnicas que políticas.
A contratação de R$ 196 milhões para 140 ônibus e 10 vans é quatro vezes superior aos R$ 52 milhões de 100 ônibus da administração passada. Os contratos anteriores eram semi-novos (2023).
Pode ser que a empresa contratada tenha ficado responsável por tudo. E tivesse sido facilitada com "estoque": foi contratada em 15 de abril de 2025 e 20 dias após já tinha 140 ônibus zero para pronta entrega. Quando o prazo normal gira em torno de seis meses.
O problema é que em abril, a prefeitura contratou emergencialmente R$ 32 milhões para combustível (díesel), rescindindo o contrato anterior que alimentava a frota.
E ainda tem os R$ 10 milhões de peças (levantadas pela administração anterior) que a prefeitura teria que encontrar lugar. Ou a empresa as utilizaria?
A orientação política o seu aproveitamento nas redes sociais, como é óbvio, tem, portanto, prazo determinado.
Isto porque pelo número de ônibus colocado e as projeções técnicas ainda há um imenso abismo.
Os estudos apontam que deveriam estar circulando diariamente pelo menos 202 ônibus. Tem 140.
Ou seja, nos horários de pico, continuarão os ônibus lotados e as dificuldades para o usuário.
Tal como se deu nos últimos dias.
