O governo publicou na noite de ontem a exoneração a pedido do secretário de Cidadania e Justiça, Deusiano Amorim.
Não faltarão aqueles que não hesitarão em dedicar-lhe outra maldade: a demissão fosse consequência do ofício ao STF relatando as condições da prisão do advogado Thiago Barbosa, sobrinho do Governador.
Deusinano decidira, pelas "reportagens publicadas", sem mais, nem porquê ou como, atravessar um pedido administrativo dentro de um processo penal. E no STF!!
Sim, porque ele não era advogado do réu cadastrado no Supremo e nem parte. Uma impossibilidade processual.
Defende o advogado, na verdade, um ex-promotor público aposentado muito conhecido no Estado que conheço há muito. Mas muita gente embarcou na irresponsabilidade jornalística por algum motivo ou interesse.
Delegado aposentado, não foi o primeiro pedido de demissão Deusiano que por outras duas vezes manifestara a vontade de ficar com os netos e o Governador não aceitara. Ontem fez novo pedido alegando problemas pessoais.
Deusiano foi jogado no olho do furacão do STJ/STF por pura maldade proveniente destes tempos em que a busca por leitores (e eleitores) sobrepõe-se ao outro e o ignora da análise reflexiva. Não só vazaram decisões, como o fizeram de forma tendenciosa.
Portais locais impulsionaram outros nacionais (e vice-versa) na divulgação de uma leviandade: Deusiano teria pedido ao STF melhores condições para o advogado Thiago Barbosa para cumprir a preventiva.
Uma informação iniciada do portal Metrópoles (do empresário Luiz Estevão condenado por corrupção pelo STJ). E repicada por aqui sem dó, piedade ou nacos de responsabilidade jornalística.
Na verdade, Deusiano apenas respondia ao Supremo Tribunal Federal (PET 13456, oficío a que o blog teve acesso sob confidencialidade), onde o ministro Cristiano Zanin (STF) solicitava “comunicar a este Relator qualquer incidente que possa indicar risco à integridade física ou moral do custodiado”. Uma decisão de 3 de abril de 2025.
Com efeito, é expediente não só comum mas imprescindível nas execuções penais. Não só de sobrinho de autoridade constituída.
Desinformaram até que Deusiano havia “pedido” ao STF a transferência do preso. O ex-secretário é delegado aposentado, sabe de suas competências executivo-administrativas e do sistema processual e judiciário.
Um processo no STF!!!Com advogados e Ministério Público Federal!!!! Como secretário, não teria sequer acesso ao processo!!! sem que fosse provocado.
E administrar a secretaria mais pesada do governo: responsável pelo sistema penal, proteção da criança e do adolescente, direitos humanos e direitos do consumidor. Quatro em uma e com um só orçamento. E fazê-lo sem qualquer denúncia de desvio de recurso público.
Deusiano continua o Deusiano que conheço há décadas. Desde os tempos do Troca-Tapa, depois Meira Matos e hoje conhecida como Aparecida do Rio Negro.
Não só ele. Mas a família.