O oportunismo e quase má fé do portal Metrópoles é digno de registro. Não é caso inédito no país. A dúvida é a quem interessaria.
O Metrópoles, numa cruzada de narrativas, acionou sua metralhadora giratória agora contra o deputado Vicentinho Jr (PP).
Vicentinho é pré-candidato ao Senado, com não irrelevante aceitação popular.
E que para enfrentar a narrativa do Metrópoles já anda com certidões negativas do STF, STJ, TSE, TR1 e TCU.
O problema é que a narrativa criminosa (como se apresenta) tende a atrair mais público do que a verdade dos "autos".
Pode-se contraditar Vicentinho Jr pelo pendor extrema direita (o faço aqui quando acho que devo) e aval a determinadas condutas do bolsonarismo.
Mas não se tem conhecimento de desvio de dinheiro público. Aliás, tem certidões negativas de todos os tribunais, estaduais e superiores. O mais é conversa de boteco.
Voltemos ao Metrópoles: um ano e dois meses após o início das investigações da Operação Overclean, o Metrópoles diz vazar (com roupagem do novo) informação (e não prova) contra o parlamentar apresentada ao STF, não aceita pelo Supremo justamente pela falta de sustentação. No ano passado, repito.
Ou seja: o Metrópole recozinha a informação da PF (sem inclusive citar fonte ou inquérito) de supostos indícios de que Vicentinho (e a esposa) teriam sido beneficiados pelo esquema da Overclean. Operação que na verdade mira em parlamentares do UB na Bahia.
E para sustentar a narrativa, diante da indiscutível falta de provas (como escreveu o ministro do STF) deriva para a figura semântica vigarista: estariam na mira da PF.
Melhor dizendo, a PF não apresentou prova, mas ele continuava na mira. É aquilo: não praticou crime (conforme o STF) mas merece ser preso.E por que? Ora, porque a PF precisa prendê-lo porque se não praticou deveria ter praticado. Estamos em ano eleitoral.
Pois bem: no dia 9 de outubro de 2025, o ministro Nunes Marques (STF) – relator da operação – descartou (indeferiu) o pedido da PF de busca e apreensão contra o deputado federal Vicentinho Jr e sua esposa (o inquérito que o Metrópoles recozinha agora).
E porque: “a autoridade policial não demonstra a conexão entre referidas transferências e a fraude a processos licitatórios protagonizada pela organização criminosa”, escreveu Nunes Marques.
Ainda assim o Metrópoles mancheteou no sábado, um ano e dois meses depois.
Overclean: PF vê indícios de que deputado recebeu dinheiro do esquema.
Sem qualquer mudança no curso da investigação que não é sequer ação, inquérito não concluído e, portanto, sem indiciamento ou denúncia.
Os indícios que não foram aceitos pelo STF há 14 meses viraram notícia do dia pelo lado inverso.
E as redes dos adversários do deputado que está em pré-campanha para o Senado amplificam descaradamente e sem qualquer correção a falsa informação que cria uma nova narrartiva.
Agora, em ano pré-eleitoral.















