A situação eleitoral do ex-secretário César Hallun (a prevalecer as especulações) pode levá-lo a uma espécie de oxidação política.
Hallun foi às redes ontem explicar que decidiu afastar-se da Secretaria de Agricultura (onde fora nomeado há dois meses) por problemas de saúde.
Algo que o blog já havia informado.
Disse que médico diagnosticara fadiga e recomendara 15 dias de descanso.
Mas Hallun preferiu pedir demissão para não atrapalhar a pasta.E que políticamente continua aliado a Laurez.
É uma decisão pessoal que ninguém tem nada a ver com isto. Mas em política,os acasos tem provocação e leitura diferentes.
Para candidatar-se, teria até abril para afastar-se. E é candidato como publica a explicação com logomarca de campanha.
A disseminação do fator-bolsonarista X fator Laurez/Lula, no ar sem resposta por três dias, entretanto, já fez o estrago (ou acréscimo) devido.
A explicação de ontem (três dias após o pedido de demissão) tenta afastar as especulações políticas.
Mas evidentemente 15 dias de licença médica não seriam motivos para preocupar-se com solução de continuidade na pasta.
A decisão foi tão precipitada e prejudicial ao governo - um dia após os dois "éles de Lula e Laurez" - que assumiu seu lugar um interino técnico da pasta.
Hallun, como é sabido, é bolsonarista ferrenho. Pelo jeito, mais ainda que o deputado Vicentinho Jr que busca o óbvio: conformação regional.
Afinal, regionalmente, a maioria dos políticos da denominada direita do Estado tem a mesma gênese: siqueirismo.
Siqueira, entretanto, não tinha propensão a trapaças muito explicita em Jair Bolsonaro que ilumina os tais à "democracia do golpe" e à negação da ciência.
Ou seja, se do ponto de vista pessoal, a explicação de César expõe truismos e atrai compaixão e compreensão, no cartesiano político a dedicação retórica de continuidade de apoio a Laurez não encontra, na concretude, um traço sequer de arquitetura para ficar de pé.
Nem refaz o passo mal dado, se assim tivesse sido. Há a questão partidária e a vaga para candidatura.
César até o verão passado era tido como filiado ao Novo. Em fevereiro deste ano divulgou-se que entrara para o PP, do deputado federal Vicentinho Jr.
Ao deixar o governo (prevalecendo a tese ideológica bolsonarista que tem mais vigor do que o altruismo de não prejudicar o governo) pode enfrentar problemas.
Isto porque se o afasta de Laurez, aproxima-o de seus antípodas, Dorinha Seabra, Eduardo Gomes e Carlos Gaguim.
Vicentinho Jr (o presidente regional do PP de Hallun) já está definido como pré-candidato ao Senado da chapa de Laurez Moreira.
Tem o aval – é possível inferir - não só do governador em exercício, mas do presidente Lula, de amizade antiga com o ex-senador Vicentinho Alves que é seu pai. E do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do seu partido, o PP.
Vicentinho (ex-prefeito de Porto Nacional, ex-presidente da Assembléia, ex-deputado federal e ex-senador) que implantou o PDT no Estado, lembram-se? Levou Brizola (com quem também tinha amizade) a Porto Nacional.
Se não se cuidar, Hallun pode incorporar o “Queijo Palmira” com que Brizola temperou o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho.
E ele tem história política no Estado maior do que esta narrativa que escreveu esta semana.
E ele tem história política no Estado maior do que esta narrativa que escreveu esta semana.
Especialmente na forma como a elaborou, voluntariamente ou não















