A demonstração injustificada de força política do prefeito interino Carlos Velozo (Agir), no Diário Oficial de ontem à noite, pode sinalizar mais fragilidades que potência, consideradas as circunstâncias em que se dá.

Velozo – ainda que se tente por vezes negá-lo – é prefeito há menos de três semanas no afastamento ainda não definitivo do titular.

É possuidor, por isto, que se sublinhe, de uma representação fluida e precária de definição. O que implicaria em mais prudência que providência.

A demissão dos secretários de Governo, Planejamento/Orçamento e Licitações, Habitação, Infraestrutura e Obras ontem (elevando-se a sete os substituídos) e a um dia da previsão do parecer da PGR (como apurou o blog pode ser apresentado nesta quarta) é emblemática.

Os advogados de Eduardo fizeram suas alegações ponto a ponto no STF. Esperava-se um parecer da PGR que não foi publicado até as 18 horas de ontem.

Mas é voz corrente que a revogação seria uma questão de horas dado o conjunto probatório. Algo previsível até por um estudante de primeiro ano de direito. A questão é mais processual do que mérito.

Desta forma, as demissões de Velozo ontem não emergeriam de certezas (como avaliaria o senso comum) mas impulsionadas por sinais de arrego na lógica dos sentidos.

A prisão de Eduardo para ser mantida careceria, com efeito, a priori, de elementos mais robustos de que fosse o autor do vazamento e que até agora não ficaram demonstrados. Vazamentos não se dão de fora para dentro.

Foi preso, é possível deduzir, pelo conjunto da obra do sujeito e objeto, por filigranas processuais e, também não se descarta  (o histórico o induz), um tanto de indiferença e menoscabo à polícia judiciária (considerado desrespeito à Justiça).

Os advogados de Brasília (DF) ligados ao prefeito interino e ao Agir (e que se jactam de ter acesso a ministros do STF e de ter muito dinheiro) já devem ter pressentido o cheiro de queimado.

E aí a solução de continuidade, consequente da substituição de secretários, se apresentaria como apenas uma “vindita” privada antecipada de uma suposta reação pública de Eduardo, caso retorne ao cargo que levou nas urnas.

Uma política miúda e contrária aos princípios vocalizados pelo prefeito interino. Seja na sua igreja ou no exercício circunstancial do cargo.

Perde muito Carlos Velozo com a arrogância política de Amarildo Martins. Pode resultar o contrário? Pode!! Mas a relação de causa e consequência está muito clara.

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