A decisão já confirmada pelo governo de vender 15% das ações que detém na Energisa tem pelo menos dois aspectos:
- quanto mais aumentar o valor da empresa ou elevar o seu capital social, o governo, como sócio, é obrigado a fazer a integralização das cotas. Ou vender suas cotas. De outro modo: manter as ações da empresa tem um custo. Mas ninguém da política toca neste assunto. Jogam sobre isto um manto sagrado onde se teria apenas ouro.
- Compatibilizar isto aí com as tais tarifas sociais também não é de fácil consecução. E aí o ponto mais central da questão que o governo terá que equalizar.
- O governo tem a competência, sim, de alienar as ações, se os deputados o aprovarem. Eles aprovaram 23% com Mauro Carlesse em 2020 e não implementada a venda. Lá, ninguém chiou. Wanderlei quer vender apenas 15%.
- Considerando que os 23% alcançariam até R$ 600 milhões (como informou à época o então secretário da Fazenda, Sandro Henrique), uma continha de três levaria a R$ 400 milhões os 15% de Wanderlei.
- O problema reside na destinação dos recursos. Há rumores de que os prefeitos serão chamados a participarem do regalo. E como não é recurso vinculado, não tem fiscalização do TCU.
- E a situação financeira do governo, com arrecadação em alta, não estaria necessitando de reforço.