Crédito: Antonio Gonçalves

O governador Mauro Carlesse colocou o pé em 2022. Não necessitaria sequer afirmar, como discursou, na transmissão de cargo, que a posse do presidente do Legislativo, Antônio Andrade, na cadeira de governador demonstraria a união do grupo.

Por grupo, entende-se o próprio Carlesse, o vice Wanderlei Barbosa e Andrade que foi eleito para comandar o Legislativo por mais dois anos que antecedem a sucessão estadual. Isto porque a maioria no Legislativo é circunstancial e Carlesse vai precisar ir atrás dos prefeitos da oposição eleitos no domingo. A maioria em partido não muito próximo do Palácio.

Wanderlei Barbosa conseguiu reeleger o irmão mais velho (Marilon Barbosa, uma votação surpreendente) na Câmara, o que contrabalançou, certo modo, o desgaste pelo não apoio de Carlesse à sua própria candidatura.

Como é público, não se viu na solenidade os congressistas. Especialmente o senador Eduardo Gomes (MDB) ou Dorinha Seabra (do Democratas), que sairam das urnas com 24 prefeitos (MDB) e 26 prefeitos (Democratas).

Podem arguir que estivessem já nas suas férias o que daria no mesmo: trocando um ato político dessa magnitude por um descanso ou outra agenda. Ou mais grave: não tivessem sido convidados, o que não se admitiria, politicamente, num governo que quer eleger o sucessor e o Chefe do Executivo ir para o Senado.

Como é óbvio, nem Carlesse tampoucou Wanderlei  tinham necessidade de deixar os cargos por período tão curto. Até porque não existe na legislação previsão de férias para Chefe de Executivos. 

Ainda mais de uma semana, como é o caso do governador e do vice anunciado ontem. A Constituição prevê licenças e que, acima de 15 dias, devem ter a aprovação do Legislativo. 

O STF tem entendido pelo pagamento de férias proporcionais mas é a sua leitura circunstancial porque na Constituição não existe o expediente.

Andrade tem sido leal a Mauro Carlesse e tudo indica é uma relação de reciprocidade política a existente entre ambos. Um presidente de Assembléia pode paralisar um governo. Carlesse sabe muito bem disso. 

E Andrade foi o primeiro deputado a defender publicamente a candidatura do governador em 2018, levando o seu partido para a base do então presidente do Legislativo. Andrade saiu das urnas com maior musculatura. O partido que preside, PTB, conseguiu eleger 10 prefeitos.

Tem desenvolvido um trabalho reconhecido na Assembléia. Limpou a pauta e conduziu os parlamentares a aprovarem praticamente todos os projetos do Executivo. E dispõe do apoio da maioria parlamentar, independente dos  instrumentos de que faz uso. Muitos não o conseguiram. 

E pode agora dizer que dois portuenses já assumiram o governo: ele próprio e o vice, Wanderlei Barbosa. Jogando uma manga para os políticos tradicionais (da época da UT e do MST) da cidade chuparem.

 

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