Política tem cada uma. Vamos lá: setores do Palácio tentam emplacar uma nova versão para o discurso de Wanderlei Barbosa no Bico do Papagaio. Discurso gravado e espalhado nas redes.

Ele teria discursado, por essa versão, na verdade, que a base governista teria dois pré-candidatos: Dorinha Seabra e Amélio Cayres. E que, dos dois, o que estiver melhor nas pesquisas, seria o candidato.

Essa narrativa, apresentada quatro dias após as imagens e áudios – seguindo o moto-contínuo político – é irmã siamesa daquela que Wanderlei não será candidato a nada no próximo ano. Só a encerrar o seu governo.

Para dizer a verdade, o blog já projetava (ontem) uma reação de comunicação sobre o fato que sequer foi tocado na nova narrativa de hoje, mas que é fundamental: o "se".

O "se" de Wanderlei no Bico do Papagaio transformou-se nesta terça de conjunção adverbial causal para condicional. Ou até mesmo concessiva. E isto não é sem sentido.

Sigamos:

1) Qualquer um que segue a política não tem dúvidas do roteiro e do avanço da campanha de Amélio e o recrudescimento do apoio do Governador.

2) E também das movimentações da senadora Dorinha Seabra (UB) em sentido contrário. Com a federação UB/PP, nem tudo dependerá somente da sua vontade política.

3) No que dá mais vigor à sua pretensão e disposição. E é velha conhecida das lideranças estaduais e municipais.

Se for bater pesquisas com Amélio seria, hoje, uma covardia. Mais próximo das convenções, a lógica indica que a Senadora pelo menos manteria parte do seu eleitorado.

Tem andado muito e levado recursos. Amélio depende mais da ação do governo do que da sua própria força-motriz.

E tanto Wanderlei como Amélio ou o senador Eduardo Gomes já tem conhecimento dos números alcançados pela Senadora. Tem bons auxiliares estudando movimentações

4) Já se Amélio não subir nas pesquisas – para fazer uso da narrativa de hoje – não será por falta de esforço do Palácio e da Assembléia.

5) Mas ambos serão (Wanderlei e Amélio) responsabilizados politicamente pela incompetência em não potencializar a candidatura do presidente do Legislativo. Com todo o poder econômico e político do Legislativo e do Executivo

6) Disto se conclui que para Dorinha ser candidata de Wanderlei depende de uma derrota de...Wanderlei.

7) E para Amélio ser o candidato do governador, depende apenas dele e do governador.

8) Seria o caso de Wanderlei então trabalhar contra Wanderlei para Dorinha ser a candidata de Wanderlei.

E Dorinha sabe que está ainda na metade do seu mandato com o cavalo selado.

Mas atenção: é também fato que parlamentares aliados do governo tem tentado sensibilizar Dorinha a ser a candidata do Palácio.

E aí o roteiro voltaria aos ítens de 1 a 8 para Dorinha deixar o cavalo selado passar.

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