O governador afastado Wanderlei Barbosa deixou duas bombas armadas para o governador em exercício Laurez Moreira: o PCCR da Educação e a PEC do Subteto. Um acordo com servidores.
No primeiro, um acréscimo de R$ 150 milhões anuais na folha. No segundo, a renúncia a receitas de R$ 60 milhões/ano apropriadas dos salários maiores (cortadas no teto do salário do governador).
O Estado fechou o segundo quadrimestre de 2025 com obrigações financeiras superiores às disponibilidades de caixa. Apesar do desempenho da arrecadação de impostos (RGF). Caiu para Capag C (prévia Fazenda/STN),
Se dependesse apenas dele próprio, o governo seria insolvente. Nos últimos 12 meses (set/24 a ago/25) - RGF - registrou uma arrecadação de impostos de R$ 8,591 bilhões e gastou com salários (todos os poderes) a soma de R$ 10,959 bilhões (RGF de todos os poderes).
Ou seja: para pagar servidores buscou R$ 2,368 bilhões nas transferências federais. Dinheiro que por certo fez falta em outro lugar.
Wanderlei Barbosa conseguiu a proeza de ajustar e desajustar as contas estaduais. Pegou em 2021 o governo consumindo com todos os poderes 48,7% da RCL (não confunda RCL com arrecadação de impostos), reduziu para 47,2% (22) e entregou a Laurez o índice de comprometimento na faixa dos 59% das receitas correntes líquidas.
Se em 2023 o gasto per capita com servidor (despesas de pessoal/população) era de R$ 6,3 mil (Boletim de Finanças de Entes Subnacionais/24), fechou agosto com um gasto per capita de R$ 7,2 mil.
O Estado tem 49% de suas receitas primárias oriundas de transferências federais.
As reivindicações do funcionalismo são legítimas e legais. Mas não se vê, de outro lado, ninguém defendendo aquele que é a finalidade da administração pública: o cidadão que banca tudo.
E que por mais que pague impostos ao governo, ainda tem que abrir mão de transferências federais para bancar salários do funcionalismo.