As  conversações  políticas desta semana tem potência para alterar o quadro eleitoral, não só na Capital, mas no Estado. Se materializadas, passam na frente da movimentação palaciana e impõe outras preocupações eleitorais dos atuais pré-candidatos, não só na Capital, mas no Estado.

Na próxima sexta, 23, o PSDB regional, comandado pela prefeita Cínthia Ribeiro, faz convenções municipais e regional. É esperada a filiação de mais de uma dezena de prefeitos ao partido.

Dentre eles, Ronivon Maciel (Porto Nacional) e Wagner Rodrigues (Araguaína). Em Gurupi, o empresário Cristiano Pisoni (pré-candidato do PDT) deve entrar também no ninho tucano.

Ou seja, o PSDB pode ter candidatos competitivos nos três dos quatro maiores colégios eleitorais do Estado. Se materializadas as informações de bastidores das possíveis movimentações de Maciel e Rodrigues (Porto e Araguaína) especuladas no meio político.

Por outro lado, as tratativas do empresário e técnico de futebol Wanderlei Luxemburgo no PT, conduzidas por Lula e as conversas entre Lula, Luxemburgo, Marconi Perillo (ex-governador de Goiás, presidente nacional do PSDB) afuniladas esta semana levam a uma candidatura de Luxa em Palmas e a aliança entre o PSDB (da prefeita Cínthia Ribeiro, eleita presidente do PSDB Mulher nacional junto com Perilo) e o PT em nível nacional. Luxemburgo teria conversado com Marconi esta semana.

Na Capital Luxemburgo (pelo PT) seria o candidato a prefeito e o PSDB indicaria o vice. Ou vice-versa. As ligações de Luxemburgo com Lula (que não são de hoje) poderiam, em maior medida, indicar o técnico como cabeça de chapa na majoritária.

A prefeita Cínthia Ribeiro (que não pode ser candidata à reeleição) tem dito publicamente que apóia o candidato de Wanderlei Barbosa em Palmas, desde que não seja Janad Valcari (que a ataca todos os dias).

Wanderlei ainda não se manifestou sobre o assunto. Políticos que lhe são próximos avaliam que ele pode querer distância do processo. Mesmo expediente que não guardaria em Araguaína, Porto Nacional e Paraíso, para ficar só nestes onde é pública sua posição.

Luxemburgo ainda não filiou-se ao PT. Tem até o dia 6 de abril para fazê-lo. Saiu do PSB nas eleições de 2022 quando disse ter sido “apunhalado” pelas costas pelo ex-prefeito Carlos Amastha (na disputa pelo Senado), hoje pré-candidato em Palmas pelo PSB.

Evidentemente a movimentação pode interferir na inclinação do PT regional de ficar disponível ao Palácio Araguaia. No caso de Wanderlei Luxemburgo, teriam um fator a ajudar-lhes: a conhecida relação entre Wanderlei Barbosa (governador) e Wanderlei Luxemburgo.

Casaria a tampa com o balaio não fosse a bipolarização Lula/Bolsonaro que o governador do Estado tem mantido, ainda que de forma dúbia, num projeto que pode cair na candidatura de Ronaldo Caiado (governador de Goiás) a presidente. E que é adversário do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, também ex-governador. Na contramão de Lula e do PT, claro.

A aliança discutida teria PT/PSDB e, ainda, o apoio da ex-senadora Kátia Abreu, aliada de Lula e hoje conselheira do grupo JBS, representante do BNDES indicada pelo presidente.

São também conhecidas suas relações com Lula e a ex-presidente Dilma Roussef, presidente do NBD (o banco dos Brics), um PIB de US$ 25,9 trilhões (R$ 130 trilhões). Ou, 31,5% do PIB Global (maior que o PIB dos países do G7).

A união do grupo PT/PSDB com Kátia e Irajá Abreu (que comanda o PSD), por lógica, empurra para fora uma eventual aliança de Wanderlei Barbosa, com implicações políticas na sua relação com Cínthia Ribeiro.

Ou do Republicanos com PSDB e PSD dado o atrito político de Irajá com o Governador em 2022. E sua adversidade diária a Wanderlei exposta da tribuna do Senado da República.

Kátia não só confirmou a inclinação do grupo PSDB/PT em andamento em  oposição ao bolsonarismo em nível nacional que lideranças tucanas do Estado haviam antecipado ao blog na manhã de ontem. Como a engenharia política para se montar uma chapa competitiva na Capital e no Estado.

Ela disse ao blog na noite de ontem, porém, que não é candidata a nada e que vai deixar o PP (do deputado Vicentinho Alves). Nos municípios, o PSD (do senador Irajá Abreu) e o PSDB (de Cínthia) devem caminhar juntos em várias cidades. “Os prefeitos que me pedem orientação sugiro PSD ou PSDB", disse Kátia.

O grupo, evidentemente, terá problemas a administrar como a pré-candidatura dos deputados Junior Geo (Podemos) e Vanda Monteiro (UB). Ambos, ainda que filiados a partidos da base bolsonarista, buscam viabilizar suas candidaturas nesse campo político (PSDB) de centro-esquerda. Nem que para tanto mudem de partido, caso em que, nas eleições municipais, teriam que arguir os Estatutos.

Geo teria a fusão  Podemos/PSC  como fundamento argumentativo (que possibilitaria a mudança) e Vanda ter sido preterida por um candidato de outro partido (o PL) quando teria condições eleitorais de disputa.

E que se note: a Federação (da qual PT faz parte) só obriga os candidatos nas chapas proporcionais (vereadores). Para prefeito, os partidos podem ter candidato próprio porque no cargo funcionam as coligações.

Nas eleições de 2022, além da Federação PT/PCdoB e PV, Lula foi eleito em coligação com o PSB, PSOL, Rede, Solidariedade, Avante e Agir.

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1 Comentário(s)

  • Nilson Viana Pires
    18/02/2024

    O Tocantins tem que parar de importar forasteiros

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