Coisas do Brasil: o prefeito Eduardo Siqueira Campos foi preso preventivamente pelo STF por ter sido gravado numa conversa telefônica em que seu interlocutor relatava, a tantas, ter informação de “uma fonte” sobre operações da PF.
Na audiência de custódia, ocorreu o de sempre. O juiz auxiliar da audiência não julgou o pedido de revogação da prisão feito pela defesa. Depois da apreciação por Cristiano Zanin é que vai se protocolar HC. É o fluxo.
No mérito, obviamente que o informante (que não tinha acesso ao processo como se deduz) já seria a segunda pessoa na correia de transmissão, considerando como sendo a primeira a sua fonte.
Ou seja, hipoteticamente um outro já lhe teria vazado a operação. Isto tornaria Eduardo a quarta pessoa a ter a informação. E via telefônica. Mas foi-lhe aplicada a pena mais gravosa.
Como também é óbvio, a obrigação de guardar um segredo, pelas leis processuais, é de quem o detém. No caso, os servidores envolvidos, a parte e os advogados do processo.
Eduardo não era nenhum nem outro. Não tinha o chamado legítimo acesso aos procedimentos, portanto, não poderia vazar. Informação sobre operações no Estado são arroz de festa em todos os lugares. E isto não é só na Capital.
Ainda assim o prefeito foi preso preventivamente. Enquanto os investigados nas operações supostamente vazadas seguem com suas vidas normais. Operações que – conforme o STJ – tiveram êxito na execução.
E que, também por lógica, o investigados fossem uns “tolos” pois sabedores da operação não desapareceram com as provas (dinheiro em espécie, documentos e tais) recolhidas na operação.
Não só por decisões tais, a Folha de São Paulo publica neste sábado pesquisa Datafolha que 58% da população tem mais vergonha que orgulho do Supremo Tribunal Federal.
Coladinho com os 58% que tem mais vergonha que orgulho dos deputados federais e os 59% dos senadores.