Para reflexão: dos 18 governadores reeleitos em 2022, oito deles respondem na Justiça por desvios de cesta básica e recursos de programas sociais (informação de O Globo).
São eles: Paulo Dantas (Alagoas), Antonio Denarium (Roraima), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais), Mauro Mendes (Mato Grosso), João Azevêdo (Paraíba) e Marcos Rocha (Rondônia) e Wanderlei Barbosa (Tocantins).
Destes, como é público, apenas Wanderlei Barbosa e Antônio Denarium foram afastados. Do Tocantins e Roraima, o 23º e o 27° PIBs.
Ambos estão entre as menores bancadas do Congresso: oito deputados federais e três senadores. São a 24ª e 27ª população do país (1,5 milhão/TO e 636 mil/Roraima).
E o 24º (R$ 17 bilhões/TO) e 27º (R$ 9 bilhões) orçamentos dentre os Estados no país em 2025.
A escala aplicada à régua das decisões judiciais do STJ indicaria que desvios de cestas básicas num orçamento de R$ 136 bilhões num estado de 16 milhões de pessoas (Rio de Janeiro) ou R$ 128 bilhões e população de 20 milhões de moradores (Minas Gerais) seriam menos relevantes à vista do STF e do STJ.
Do que Tocantins e Roraima.
E não exigiriam o afastamento do Governador investigado.
Um primor estatístico de justiça política de indiscutível presunção não só no senso comum e ao mais leigo dos mortais.
A ponto do governador em exercício do Tocantins,Laurez Moreira, justificar à imprensa (em coletiva) que a demissão de todo o secretariado teria sido uma orientação do ministro Mauro Campbell, que afastou o governador Wanderlei Barbosa. E o fez na mesma noite.
Mesmo a maioria de secretários e auxiliares sequer tenha sido citada na investigação, por decisão do Ministro estariam incluídos no rol dos suspeitos.
Sem prejuízo do raciocínio de que o STJ estivesse praticando uma ação indevida e ilegítima, substituindo o poder do Executivo de demiti-los ou não, uma competência e prerrogativa política do Chefe do Executivo, diante da não existência de ordem judicial para fazê-lo.
Mas o fez.