Há uma espécie de crise artificial em curso. O prefeito Eduardo Siqueira teria mandado os contrários à mudança de nome da Teotônio Segurado que ganhem uma eleição.
E o presidente da Assembléia Legislativa, Amélio Cayres, subiu o tom: a mudança do nome do Palácio e da Ponte são competência dos deputados.
Ambos disseram a mesma coisa: ressaltaram suas prerrogativas constitucionais.
Eduardo, entretanto, exagerou: ainda que tivesse ganho a eleição, sua competência esbarra no Legislativo.
E não é porque os vereadores e ele próprio foram eleitos que tem salvo-conduto para fazerem o que der na telha, sem o aval dos moradores da cidade.
Eduardo, com a declaração antidemocrática e desrespeitosa, sugeriu que ele e os vereadores mandariam na Capital. E os adversários e contrários que se danem até a próxima eleição.
Mais: ao pedir que mudem o nome da ponte e do Palácio, pressionou politicamente o Legislativo e Executivo estadual a fazê-lo.
Se não o fizerem, Siqueira estará na ponte, no Palácio e na principal avenida. O dono da cidade.
A estratégia transformou os deputados refêns da decisão de Eduardo. Daí a reação de Amélio, claro.
Siqueira merece, sim, estar no nome da principal avenida.
Mas uma troca dessas não é no “manda que pode, obedece quem tem juízo” que vai dar-lhe legitimidade.