A senadora Dorinha Seabra (UB) decidiu manter a coerência: aproveitou uma emenda da ex-senadora Kátia Abreu para deitar falação no governador interino Laurez Moreira.
E desta feita praticou o sincericídio sem uso de terceiros. Teria sido papo reto. Na lata. Sem importar-se também com os fatos.
Com 11 anos no Congresso (oito como deputada e três como senadora) Dorinha foi com tudo: prefeitos anteriores a Josi Nunes perdiam recursos em Gurupi.
Prefeito perder recursos no Estado não é nenhuma novidade. Há falta de técnicos e não raro as prefeituras não apresentam as condições fiscais exigidas. Ponto.
Mas não é o caso de Gurupi.
A afirmação é, obviamente, uma leviandade e covardia ao mesmo tempo. Isto porque não cita aquele que teria procrastinado ou prevaricado.
É semelhante ao áudio vazado em que dizia estar segurando Wanderlei e que estaria fazendo aliança com Eduardo.
Isto quando o Senador do PL estava na majoritária do Governador que apostava em Amélio Cayres. Na política e na vida isto é conhecido como "bola nas costas".
Mas do endereço não se tem dúvidas: Laurez Moreira. Hoje turbinado pelo comando do Executivo, exímio negociador e que transmite mais segurança que a insegura Senadora.
Uma então deputada federal que a poucos dias das convenções em 2022, tentava ser candidata a senado na chapa adversária de Eduardo Gomes e Ronaldo Dimas. Chapa, como se viu, derrotada.
Deve explicação do porque teria mudado de lado. Até dos R$ 5 milhões que o UB investiu na campanha de Wanderlei. Ocupou o lugar que era destinado por Wanderlei a Kátia Abreu.
Panorama modificado após o senador Irajá Abreu decidir-se por também disputar o governo.
Dorinha é a mesma que há três anos era carregada por Laurez e Wanderlei para Senado. Um mandato inesperado considerados seus desempenhos anteriores para deputada federal.
E o governador em exercício não mais era prefeito, mas carregava os 95% de aprovação popular e dois mandatos seguidos de prefeito no terceiro maior colégio eleitoral do Estado.
Dorinha deveria outra explicação: do porquê tivesse esperado para fazer a denúncia cinco anos após Laurez ter deixado a Prefeitura.
Cinco anos em que a prefeitura é comandada por uma filiada ao seu partido. E três anos após integrar uma chapa majoritária com Laurez em 2022.
Mas Dorinha não ficou só nisso: teria dito que sua aliança com Eduardo Gomes (PL) e Carlos Gaguim (UB) iria bem. Ou seja: sua majoritária estaria completa.
É ver o que pensariam Antônio Rueda e Ciro Nogueira que assinaram uma Federação partidária.
Dorinha deve estar vendo agora que Laurez é um adversário a ser combatido. Deve ter lá suas razões para isso.
O problema residiria é na forma como o faz.