A Licença de Instalação da derrocagem do Pedral de Lourenço concedida ontem pelo Ibama é um avanço extraordinário para implantação da hidrovia do rio Tocantins.

A sua operacionalização, agora, fica à cargo do Ministério dos Portos. Serão 25 km de derrocagem. As compensações ambientais previstas elevam-se a R$ 4,8 milhões.

Deve-se, com efeito, creditar à ex-senadora Kátia Abreu o retorno da hidrovia à agenda política e econômica do país desde o primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Já vai para 25 anos.

Kátia conseguiu trazer até mesmo investidores chineses (diretores do Banco de Desenvolvimento Chinês) interessados no empreendimento que fizeram o percurso num helicóptero. Isto há mais de dez ajnos. Mas o negócio travava no licenciamento. E a Senadora não parou aí.

Na presidência da CNA, a Senadora fez das hidrovias e ferrovias prioridade, dadas as implicações econômicas no transporte da produção.

Como ministra da Agricultura, sensibilizou a ex-presidente Dilma Roussef pelos dois modais.

Dilma avançou com a ferrovia Norte-Sul (chegou no seu governo até Anápolis) e despachou o licenciamento do Pedral, agora concedido por outro petista, o presidente Lula.

Para a viabilização da hidrovia, entretanto, serão necessárias eclusas no Estreito e em Lajeado. Só no Tocantins, a hidrovia terá uma faixa de 725 km (Aguiarnópolis/Peixe).

O investimento necessário para toda hidrovia é da ordem de R$ 1,6 bilhão que, somadas demais obras nos portos, alcança a R$ 4,8 bilhões.

“Para se ter uma ideia, um navio com quatro balsas transporta o mesmo que 86 vagões de 70 toneladas de trem e 175 carretas bitrem de 35 toneladas” repetia Kátia Abreu ao longo dos anos.

Com a hidrovia, passariam pelo Tocantins, não somente a produção agropecuária (que apenas na região Norte/Nordeste e Centro Oeste chega a 56 milhões de toneladas) mas também produtos industrializados na Zona Franca de Manaus (AM) que hoje percorrem todo o litoral brasileiro, por cabotagem (foram 85 mil e 812 conteineres embarcados em Manaus em 2010), de uma produção industrial que beira os 1,3 milhão de toneladas (contra 3,9 milhões de todo o país) até chegar aos Estados consumidores do Sul e portos para exportação.

Segundo Kátia, cerca de 60% da produção da Zona Franca poderiam ser transportados pela hidrovia, passando pelo Tocantins ao invés de seguirem por cabotagem pelo extenso litoral brasileiro.

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