Não, não é isso que você está pensando. Isto aí é o bebedouro dos servidores de uma ala do Hospital Geral de Palmas. A manutenção é feita com recursos dos próprios funcionários. Fazem vaquinha como aquela que participantes de redes sociais fizeram para retirar aquele enfermeiro, vítima de acidente, do próprio HGP. Se não o retirassem, certamente iria a óbito ou ficaria sem a perna.
Mas vamos lá.Dados do Ministério da Saúde (DataSus) demonstram que 227
pessoas morreram nos hospitais do Tocantins no mês de outubro. De janeiro a
outubro as mortes nos hospitais somam 2.366 óbitos. De um total e 9.055
internações.
O orçamento da saúde no Estado é de R$ 1,5 bilhão. No
Hospital Geral de Palmas, maior hospital do Estado, pessoas morrem todos os dias. Os motivos? Os
mesmos. O JTo desta terça traz a denúncia de uma dona de casa que sofreu um
AVC. Estava sem tratamento no HGP por falta de leito na UTI. A Secretaria justificava que o leito seria
disponibilizado depois de feita uma limpeza, pois estaria ocupado por outra
pessoa. Mais um número na estatística do DataSus. É a rotina.
O descaso atinge também os servidores. Nesta terça, os cerca
de 3 mil funcionários lotados no HGP já foram informados do cardápio do dia:
sopão com ensopado de cuscuz no almoço. Ontem, já tinha sido arroz, feijão e
batata palha. Enfermeiros atendendo 12 (às vezes) 24 horas por dia sustentados
por sopão com ensopado de cuscuz. Sem poderem sair do Hospital para
alimentar-se fora, em função do tratamento dos pacientes.