O governo pagou com amortização e encargos/juros da dívida de janeiro a outubro o equivalente a R$ 605 milhões. Os números são do Comparativo Despesa orçada e realizada publicado na última quinta.

Dado positivo: o governo amortizou (resgatou) este ano um total de R$ 424 milhões da dívida. No Estado, o endividamento de 36% é de financiamentos internacionais (sujeitos à cotação do dólar) com garantia da União, outros 32% de financiamentos internos com garantia e mais 32% de empréstimos sem garantia. Dívidas desde a criação do Estado.

Ainda que se situe dentro do enquadramento (dívida correspondendo a 44,1% das receitas correntes líquidas/outubro/2020/ muito distante do limite da Resolução do Senado) - e que no governo atual tenha se registrado apenas um empréstimo/R$ 149 milhões/BRB - o quadro revela causas e efeitos da situação do Estado.

Os R$ 605 milhões das receitas públicas consumidas com a dívida (faltando dois meses para o final do exercício) correspondem a todo o orçamento da Agência de Obras do Estado para 2020: R$ 600 milhões. É mais que os R$ 436 milhões da Secretaria de Segurança Pública e maior que os R$ 553 destinados à Polícia Militar.

Pior: gastou-se com amortização e serviço da dívida mais recursos do que foi aplicado em investimentos no Estado no mesmo período: R$ 463 milhões autorizados e R$ 274 milhões pagos.

Efeito: rodovias necessitando de operações tapa-buraco ou recuperação todos os anos, 600 mil pessoas penduradas no Bolsa Família, desemprego atingindo 80 mil trabalhadores (e 584 mil da PEA fora da força de trabalho) e analfabetismo de 9,7% (117 mil  não sabem ler nem escrever e 500 mil jovens sem concluir o ensino médio).

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Ponto Cartesiano

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