O agro é um dos setores que mais se beneficiam de isenções fiscais dos governos. Estão conseguindo, agora, punição contra empresas que decidiram não comprar mais de produtores sem compromisso com redução de desmatamento.
Pois bem: os números da arrecadação de impostos no Estado dão demonstrações inequívocas de que algo necessita passar por alterações.
E isto não é dar menos importância aos produtores. Mas equalizar a relação poder público/produtor/contribuinte.
A título de exemplo, temos a carne no Estado. Os produtores (frigoríficos) exportaram de janeiro a junho US$ 270,6 milhões (equivalente a R$ 1,495 bilhões/cotação desta segunda). Um crescimento de 47,2% em relação janeiro/junho/2024.
Por outro lado, a última pesquisa do Procon (maio/2025) indicava o preço da picanha entre R$ 54,99 e R$ 79,99 em Palmas.
Em 2024, no mesmo período, o preço mínimo era de R$ 49,99 e máximo de R$ 71,99. Ou seja, enquanto o valor das exportações do produto crescia, aumentava o preço no mercado interno.
E a arrecadação: de janeiro a junho deste ano, o setor de carnes pagou de impostos no Tocantins apenas R$ 80,6 milhões (ICMS).
Um índice de 5,3% do valor do seu PIB exportado. Ou 2,66% da arrecadação de impostos do Tocantins.
E praticamente os R$ 76 milhões arrecadados pelo setor de carnes há cinco anos (2020).