Os deputados já demonstram inquietação com a situação jurídica (e política) de Wanderlei Barbosa. Decorridos menos de mês de afastamento do Chefe do Executivo.
São cartesianos muito embora texto e contexto formados pelas circunstâncias repetidas lhes dessem boa dose de empirismo a suas inquietudes.
Com efeito, nenhum dos três governadores afastados pela Justiça no Estado retornou ao cargo.
Uma decisão do STF sobre o HC de Wanderlei, agora, pode ser conhecida a qualquer momento. Ou o processo se arrastar para os 180 dias do afastamento.
E aí vai para março de 2026, a um mês da desincompatibilização para as eleições. Com possibilidade de sua prorrogação por outro tanto.
E o palanque? Lá, já terá aquele que decidiu-se primeiro. Isto exigiria alteração de projeto agora.
A discussão dos deputados de que uma decisão do HC, assim, tal como se dá no Legislativo, provocaria a necessidade de renúncia de WB para não prejudicar sua base política, é fato, já coloca o governador afastado em 2º plano.
Mas é também meia verdade.
Materializa a preocupação dos parlamentares com as suas situações, dependentes não de WB, mas do Executivo.
E não com o próprio que não tem poder político sobre o STJ ou STF, que decidirão sobre o retorno ou não. E nem, no afastamento, tem as chaves do cofre.
Como tática de uma estratégia que fosse, seria, a priori, questão a ser levantada após o esgotamento de prazos e recursos do HC no STF. No STJ o inquérito segue a passos de tartaruga.
Mauro Carlesse, por exemplo, até hoje não foi sequer denunciado. Não é réu. E foi afastado do governo há quatro anos.
Foi nesse ambiente que o governador em exercício, Laurez Moreira, deslocou-se ontem pessoalmente à Assembléia Legislativa.
A justificativa foi apresentar aos parlamentares o resultado do segundo quadrimestre de 2025. E a projeção que espera cumprir até dezembro.
Expediente do qual Wanderlei sempre foi refratário. E já que o bolo estava ali na sua frente, Laurez não titubeou em cortá-lo.