Enquanto o governador Wanderlei Barbosa não decide sobre o que, por enquanto, já decidiu, a senadora Dorinha Seabra espera de Wanderlei o inesperado daquilo que já se espera: uma declaração de apoio do Governador à sua pré-candidatura.
O episódio reativo de ontem nas redes ao deslumbramento de integrantes da comitiva ao barulho das sirenes sobre mísseis enquanto estavam em restaurante de Tel Aviv é só um demonstrativo de que o humor do outro lado não é irresoluto: flutua conforme a variante.
É provável que Wanderlei siga apenas o seu instinto político que tem dado certo até aqui. Mas para Dorinha Seabra a probabilidade de dar os mesmos resultados não é a mesma. É falso que a Senadora tivesse sido eleita em 2022 por seus próprios méritos eleitorais.
Com efeito, existem dois Wanderleis à frente da Senadora: um que vai governar o Estado durante a campanha eleitoral e outro que vai fazer campanha eleitoral sem o governo.
O primeiro pode, até abril de 2026, optar por um candidato (como já o faz com Amélio agora). “Se” Amélio não emplacar, Wanderlei buscaria outro nome que poderia até ser a Senadora.
Mas aí ela já teria perdido um ano para aumentar sua própria musculatura política para depender apenas de si própria e dos seus partidários.
Se Wanderlei decidir-se por candidatar-se, a situação piora para Dorinha. O vice, Laurez Moreira (caso não faça acordo político com Wanderlei) pode ir para o palanque descontruir a administração do Republicanos, sentado na cadeira de governador e nos palanques.
E aí é que a proximidade poder ser um passivo. Dorinha,também, não teria vaga para todos na majoritária. Além do mais, o UB federou com o PP que já tem um pré-candidato a senado,o deputado Vicentinho Jr.(que em 2022 teve o apoio de 35 prefeitos para o terceiro mandato de federal,o 2º mais votado).
Conclusão óbvia: seria mais producente Dorinha, nestas circunstâncias, abrir o leque de opções, formular alianças com outros partidos e propagar o seu projeto, com definição do seu grupo.
E não dar sinais de que poderia disputar com uma chapa “puro-sangue” que tranca a possibilidade de agregar mais partidários de seu projeto.
Pior ainda demonstra de que depende do Palácio para sua candidatura ao governo.