Dias atrás, 29 de abril, o governador Wanderlei Barbosa recebeu a adesão da prefeitura de Palmas, através do prefeito Eduardo Siqueira, ao Programa de Fortalecimento da Educação.
Não é um programa qualquer. Vai despejar R$ 100 milhões (do ICMS) nas prefeituras para aplicarem na Educação. Uma ajuda ao que já recebem de Fundeb e impostos.
Além dos repasses estaduais constitucionais às prefeituras (25%) que em 2024 somaram R$ 1,7 bilhões aos prefeitos. Dinheiro na veia de suas excelências.
É uma boa ação, afinal o Estado tem o quarto maior índice de analfabetismo da região Norte (sete Estados): 9,1% contra uma média nacional de 7%. Apesar da bufunfa colocada nas mãos do secretário Fábio Vaz no cargo há quatro anos.
Só a Educação tem para este ano R$ 2,5 bilhões de orçamento. No ano passado empenhou R$ 2,640 bilhões mas fechou com restos a pagar não processados de R$ 342 milhões. Não é o que se poderia ter como representativo de excelência fiscal.
Ainda em 2024, destes recursos, R$ 565 milhões foram gastos com contratos temporários. Cerca de 74% dos R$ 759 milhões comprometidos com efetivos. A educação teria professores provisórios, contratos políticos. Mas preocupa-se com os municipais.
Mesmo assim, foi o que se viu no início do ano letivo. Protestos nas escolas estaduais por falta de material pedagógico e salas amontoadas de alunos.
É só um lado da questão que envolveria a pretensão do titular da pasta, Fábio Vaz (ex-prefeito de Palmeirópolis) de pleitear vaga de deputado federal na chapa do Republicanos no próximo ano.
E que se note: não é questão criada por ele. Mas a manutenção sob sua direção o empurra para dentro do problema. Com tempero eleitoral, pior ainda.
A lupa sobre seu poder de verba pública é aproximada pelo demais pré-candidatos que não tem o mesmo fluxo de recursos para suas vontades políticas.
Se deputados estaduais tem individualmente apenas R$ 10 milhões anuais para suas escolhas políticas, o Secretário de Educação tem R$ 2,5 bilhões. Destes, R$ 254 milhões para investimentos.
O governo tem o direito de apostar em seus candidatos. É a política. Desde que na função pública, o gestor/candidato cumpra o seu papel.
Não é nem nada novo. A senadora Dorinha e a ex-prefeita Nilmar Ruiz sabem muito bem o que é isto. Mauro Carlesse tinha como candidata a federal a secretária da Educação, Adriana Aguiar.
O racha da senadora Kátia Abreu com o então governador Marcelo Miranda se deu porque a parlamentar (fundamental na eleição do governador) não teve cumprido por Marcelo o acordo para entregar-lhe a Educação para o qual a ex-senadora tinha um projeto.
Mas é necessário um exercício de lógica sobre perdas e ganhos. Pela reação dos demais pré-candidatos (do Republicanos ou aliados) pode no caso de Vaz transformar-se em soma negativa na composição da chapa federal.
E, claro, no ativo de Wanderlei que, tudo indica, incentiva a primeira dama,Karyne Sotero, a disputar mandato eletivo. Pelo apelo popular e carisma, potencial para a Câmara dos Deputados pelo mesmo Republicanos.