A Comissão Especial Processante do Impeachment é, à primeira vista, talhada para aprovar a tramitação do pedido de impedimento do governador afastado. E favorável aos pareceres e pedidos.
Pelos menos três dos cinco parlamentares seriam, a priori, ou defensores da manutenção do governador interino ou oposição ao governador afastado. Ambas as tendências concorreriam para mesmo resultado.
Eduardo do Dertins, o mais articulado e de base argumentativa mais sólida deles, é extremamente ligado a Wanderlei Barbosa e enfrentou Mauro Carlesse no fundão das emendas.
Em situação de normalidade, sería o presidente (líder) deste grupo formado ontem pelas bancadas. É engenheiro, portanto, ligado a cálculos que não excluem a política ainda que muitos não a enxerguem como resultado de cálculos. É, ainda, vice-presidente do Legislativo.
Tem funcionado o deputado do PPS (partido que é uma das opções de filiação de Wanderlei), conforme os bastidores, como ponta de lança do governador interino nas articulações políticas.
Elenil da Penha (MDB) e Junior Geo (Pros) se movimentariam em igual direção por gravidade. O MDB foi derrotado por Mauro Carlesse e Geo é autor de um dos pedidos de impeachment.
Ao governador afastado caberia a defesa putativa de Olintho Neto ou o murismo do petista Zé Roberto. Favas contadas, um escore majoritário favorável a Wanderlei.
Aprovado o parecer, seria pouco provável que, no voto aberto, mais de um terço dos deputados (sete parlamentares) lhes fossem contrários, negando a unanimidade de ontem que ficou sentada nos seus lugares, emprestando, com a concordância tácita disso decorrente, força política à pauta levada à mesa pelo presidente do Legislativo.