Há políticos de extrema direita no Estado (e eleitores de extrema direita) que já perceberam que nas democracias o limite é a lei.
Outros não. Dedicam-se a manejá-la de acordo com suas interpretações e medida por suas vontades políticas. Irresponsavéis e eleitoreiras.
É o caso do último domingo e que pode suceder na abertura da Câmara e Senado nesta terça.
O ministro Alexandre Moraes (STF) fez ontem o que qualquer juiz correto faria diante de descumprimento de decisão judicial por um réu.
O único senão é a não decretação de prisão preventiva, preferindo o magistrado a prisão domiciliar a Jair Bolsonaro. No que favoreceu o ex-presidente.
Jair Bolsonaro pratica crimes quase que diariamente há mais de quatro anos. É réu por vários deles. Não só ele, mas os filhos. Aqueles que o seguem são naturalmente cúmplices.
Suas condutas indubitavelmente se encaixam nos artigos do Código Penal. Elas estão lá, mas os seguidores do ex-presidente (inclusive jornalistas) as tratam como letra morta.
Defender o seu cumprimento (como ocorre com os demais cidadãos que não são mito) seria perseguição política. Bolsonaro teria a exceção da verdade. Uma alienação anacrônica.
No caso do golpe defenderiam também a volta do regime de exceção no país,o retorno de uma ditadura. Sem eleições como no regime militar.
O mais eloquente, a tentativa de golpe de Estado em que se tramou assassinatos do presidente eleito, do vice-presidente e do ministro do STF e presidente do TSE.
Tudo muito explícito não só no mandato de Jair Bolsonaro, mas após as eleições em que foi derrotado pelo adversário.
Se tivesse êxito o golpe tentado, Jair estaria hoje, por causa dele, presidente do Brasil. Mesmo derrotado nas urnas. Mas a turma vê nisso apenas um detalhe.
E agora continuava sua arruaça mesmo com tornozeleira eletrônica. Zombando das decisões da Suprema corte do país. E provocando país estrangeiro a impor sanções aos brasileiros.
Bolsonaro é um réu por seus próprios crimes. É um problema de Justiça e não de política.