Não há política sem lógica. Quando se vê um guardinha (metaforicamente) apontando o cassetete contra um suposto inimigo, concluo que há um coronel por trás.
As críticas do prefeito Auri-Wulange (UB) esta semana a Wanderlei (Republicanos) são, indiretamente, o dedo da senadora Dorinha Seabra (presidente regional do UB) apontado para o Palácio.
E é assim que são levadas. Dorinha, considerada aliada do Palácio, fez silêncio.
Wanderlei governa um Estado com mais de um milhão de eleitores. Seu partido elegeu 56 prefeitos. Auri obteve 4 mil e 461 votos de uma cidade de menos de 8 mil eleitores.
Aliados próximos da Senadora não vêem qualquer possibilidade de Dorinha aliar-se com o Palácio na disputa de 2026. Ela quer entrar na arena e não sair. Auri seria, por assim dizer, mais um no cabo de guerra.
Dorinha vai federar com PP que condiciona a candidatura de Vicentinho Jr ao Senado. Não poderia abrir para Eduardo Gomes, Wanderlei ou Amélio. Pura matemática se manter a vontade de disputar o governo.
E Wanderlei não poderia abrir mão de sua própria vaga e de alojar Amélio Cayres (seu candidato ao governo) e Eduardo Gomes (candidato à reeleição).
Já Laurez joga parado. Wanderlei terá que renunciar para candidatar-se. E tudo indica que o melhor acordo do governador com o vice seria o compromisso de uma campanha moderada. Mesmo com o risco-Irajá Abreu.
Laurez tem direito legítimo à reeleição no cargo. Pode abrir mão? Pode! Mas muito pouco provável.
Ainda assim, para a carreira política de Wanderlei apresenta-se como a melhor saída. Iria para o palanque de Amélio a governador, tendo Eduardo Gomes como seu companheiro na disputa pelas duas vagas do Senado.
Contra os grupos de Dorinha e Laurez. Como são todos oriundos da mesma base, com ela dividida, fragmentada em três candidaturas, a maior probabilidade de ganho é do governo.
De outro modo, as especulações de conversas de Wanderlei com Dorinha são apenas guerra de posições que o Palácio estica até onde não mais poder.