Da mesma forma com que se disseminou impropriedades ainda no processo especulativo de escolha, setores da imprensa (há a exceções) omitem deliberadamente a informação de que o novo diretor-superintendente do Sebrae Tocantins, Rerisson Antônio Castro Leite, venha a ser filho do governador Wanderlei Barbosa.

Outros modificam o cargo: o diretor seria do Conselho Deliberativo do Sebrae e não diretor-superintendente do Sebrae. Há aí uma ligeira mas não irrelevante diferença. A diretoria (superintendente e diretores) é eleita pelo Conselho do Sebrae para o Sebrae por mandato de dois anos.

No caso da omissão, uma estupenda bobagem política quanto administrativa, moral ou ética, seja qual for a  medida. O Estatuto do Sebrae não proíbe filho de governador dirigir e superintender a entidade.

Uma entidade "associativa de direito privado sem fins lucrativos instituída sob a forma de serviço social autônomo", como dispõem seus estatutos.

O cargo é decidido, conforme o Estatuto, pelos conselheiros representantes de 14 entidades. Duas das quais diretamente ligadas ao governo. E outras quatro, de forma indireta. Mas são 14 os votantes.

Comprovando o cidadão sua capacidade técnica e apresentando as certidões exigidas, está valendo. É o processo institucional e democrático da entidade.

Rerisson fora presidente da Agência de Metrologia no governo Mauro Carlesse e não há nada, até aqui, que o comprometa, muito embora se faça um esforço para tal.

Ou seja, o novo diretor poderia administrar um orçamento de R$ 10 milhões (AEM)- só recursos públicos -, mas não poderia o  mesmo no Sebrae (recursos públicos e privados).

Ah, LA, mas tem a questão ética. Ora, Siqueira Campos nomeou Eduardo Siqueira secretário do Governo e ninguém disse nada. Fez o mesmo com outra filha, Telma Siqueira Campos, secretária de Ação Social.

Igor Avelino  (antes de eleger-se deputado federal) foi chefe de gabinete do pai, dgovernador Moisés Avelino, e Brito Miranda foi nomerado secretário de Infraestrutura de Marcelo Miranda, que colocou até mesmo a esposa como secretária de ação social no seu governo. E Sandoval nomeou o cunhado titular de duas secretarias.

Nesta aí, Wanderlei faz é de menos: deixa o filho disputar e ocupar o cargo de diretor do Sebrae, uma entidade de caráter majoritariamente privado. Coisa que os demais governadores devem ter achado café pequeno.

De outro modo: até querendo proteger Wanderlei Barbosa de acusações morais e éticas, setores da imprensa o prejudicam. Como o fizeram na campanha eleitoral.

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