O BRB (Banco Regional de Brasília) que se ocupa atualmente em entregar à população uma senhora estrutura de agência bancária na Capital, pode ter que reduzir sua aceleração no Estado.

Representação protocolada no Ministério Público Federal denuncia como ilegal os milhares de contratos consignados firmados com os servidores públicos (Convênio 16/22) para o recebimento de passivos trabalhistas com o governo. Os passivos do governo com servidores beiravam R$ 1 bilhão naquele ano.

Nada que este blog já não apontara na edição da lei 3.901/22 sobre a amortização de passivos dos servidores. Mas MPF e JF devem, agora, analisar o caso.

Defende a Representação:

Isso é um malabarismo jurídico, que já nasceu morto e que pode trazer danos irreparáveis ao Estado do Tocantins, sobretudo a seus servidores.

E, nem se diga que essa conduta claramente dolosa, empreendida pela referida instituição financeira, na contratação da antecipação dos passivos retroativos, se trata de mera relação de consumo e que não implicará em ônus para o Estado do Tocantins, o que não é verdade, Posto que este vem repassando os valores oriundos dessas operações contratadas ilegalmente. Muito embora, em obediência ao Princípio da Legalidade, deveria ter atuado – obrigatoriamente – em consonância com o que foi estabelecido na Lei Estadual e exigir que as contratações fossem realizadas apenas na MODALIDADE DE CESSÃO DE CRÉDITO... o que não o fez. Com isso poderá ter que ressarcir aos servidores todos os pagamentos indevidos efetivados ao BRB.”

Claro é que na cessão de crédito os servidores deveriam ser considerados como cedentes e nunca como devedores do seu próprio crédito, como é cristalino o crédito consignado.

Esse acordo entre BSB e governo já registrou (números do próprio governo) mais de 18 mil antecipações, um montante de R$ 400 milhões.

Desse valor, há servidores que receberam apenas 1/3 do que tinha direito, descontados os serviços da dívida (juros, encargos) cobrados, também antecipadamente, pelo banco. Uma carteira limpinha.

O problema do contrato para os servidores (além do corte nos direitos) é que, se o governo não repassar (a totalidade do passivo, diga-se, ao banco) o BRB vai cobrar do servidor já que é considerado contratante de um empréstimo para receber direito líquido e certo. E não cedente de um direito.

Ainda que o governo honre o contrato, o servidor terá entregue ao banco dois terços do que teria direito se o governo decidisse apenas cumprir a lei e pagar-lhe o valor que devem aos funcionários.

A Associação de Assistência Jurídica aos Servidores Públicos já havia feito notificação extra-judicial à Secretaria de Administração (nº 2022/23009/97066) que foi arquivada em 3 de janeiro de 2023.

É provável que a Justiça Federal não aceite a forma de convênio, dadas as suas excentricidades: transformar um crédito trabalhista em dívida bancária.

Pode ser apenas um começo: no governo Mauro Carlesse (quando o governo fez empréstimo de R$ 150 milhões para ponte de Porto e tentou outros R$ 150 milhões para duplicação Palmas/Paraíso), o governo aventou até mesmo a possibilidade de repassar para o BRB parte dos R$ 4,546 bilhões (em valores de 31/dez/23) de aplicações do Igeprev.

No exato momento em que o Igeprev percorria direção contrária: transferia suas aplicações de bancos privados (em função dos prejuízos com desvios, taxas remunerativas do capital e de administração)- como o BRB –e os aplicava nas instituições oficiais BB e Caixa.

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10 Comentário(s)

  • Abadio Rodrigues da Silva
    13/03/2024

    O governo do Tocantins fez o servidor ficar endividado com uma proposta que ficou em vão,o servidor com orçamento apertado com seus direitos a receber foi obrigado perder mais de 60% dos seus direitos com histórias de passivos e acabou se complicando ainda mais,porque o estado oferece uma coisa e acaba sendo o servidor que está pagando os seus débitos com seu próprio direito e ainda perde mais da metade.

  • Vitor Vellozo dos Santos
    09/03/2024

    Vejo o quando boa parte da população é infantilóide, os termos foram colocados, a proposta foi posta, o servidor poderia analisar e ver se valia ou não a pena, maioria aderiu, agora vejo muitos se dizendo "prejudicados", ou seja, agem como se não fossem adultos e responsáveis por seus atos, governo não obrigou ninguém a pegar nada.

  • ELVIRA PEREIRA DOS Santos
    28/02/2024

    Eu achei um absurdo isso que o governo fez não co corso mais tive que fazer por questão de doença meu esposo deu um avc tava sem dinheiro foi obrigada a fazer mais foi um roubo o que o governo fez tomara que tenha algum advogado ou juiz que comprar essas causa que nos roubaram sem arma tomara que alguém da justiça se manifesta sobre esses passivo absordo eu tinha 57 resgatei 27 mil e um roubo tanto do governo como esse banco que estão todos coligado ao governo corrupto que e

  • LUCILIA PEREIRA DOS SANTOS FREITAS DO CARMO
    23/02/2024

    Eu tinha 40,480 e recebi só 16,000 mil Isso é um massacre com os servidores públicos da saúde!

  • Aloizio Gomes da Silva
    19/02/2024

    Eu tinha 103,000 de passivos Recebi pouco mais de 36.000

  • Lima Lima Lima etc
    19/02/2024

    No Tocantins não existe PGJ aqui o que existe são duas PGEs!

  • ROSILENE BATISTA
    18/02/2024

    Meu Deus, dês dele nos pagar nos que estamos pagando nós mesmo.... E agora o que vai acontecer com os servidores.

  • Rutirene Matos Fontineles
    17/02/2024

    O MINISTÉRIO PÚBLICO DEVERIA EM PRIMEIRO LUGAR TER ENTRADO CONTRA O GOVERNO DO ESTADO, POIS ELE É O PRINCIPAL CULPADO, JA QUE FEZ O SERVIDOR SE SUJEITAR A PERDER ATÉ 75% DE UM DIREITO CONQUISTADO, POIS SO IA COMEÇAR RECEBER PARCELADO EM 2028. UMA TOTAL FALTA DE RESPEITO COM O SERVIDOR

  • RAIMUNDA dos Santos Mota Rodrigues
    17/02/2024

    Eu mesmo tinha 27 mil o receber fiz isso com banco recebi 7.000 reais que achei um absurdo achei que iria pegar pelo menos a metade

  • Neldiene Guilherme
    17/02/2024

    Infelizmente, nós servidores, para perdemos totalmente, nos sujeitamos a esse tipo de "Ilegalidade ".

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