O governador Wanderlei Barbosa seguiu sua estratégia diversionista no final de semana no Bico do Papagaio. É do jogo.
Numa agenda em que estavam a senadora Dorinha Seabra (UB) e o deputado Amélio Cayres (Republicanos), depois de dizer que seu projeto é terminar o mandato discursou:
“Esses são os dois candidatos que eu tenho um grande respeito, uma grande consideração. Se ela for governadora de nossa parte vou andar em todos os lugares junto com ela. Se Amélio for o candidato, ela vai andar do mesmo jeito, é o que peço a Deus que aconteça”.
A fala é dúbia. A Dorinha não interessa outro cargo que não o de governadora. Já é senadora com mandato de oito anos. E o UB será também PP em 2026.
Ou seja, a conjunção subordinativa adverbial causal não diria respeito a Wanderlei para formar um grupo com Dorinha e Amélio.
Caberia a Dorinha, por lógica, as condições para avaliar se a ela interessaria (ou fosse viável do ponto de vista de cargos e partidos) ser candidata do governo. Ou apoiar a candidatura do governo.
De outro modo: o "se" de Wanderlei pertenceria a Dorinha pela proposição colocada no Bico do Papagaio.
Amélio é o candidato de Wanderlei, muito explícito na própria fala em que o governador encaixou o “se” que carrega também uma condição.
Wanderlei tenta atrair Dorinha para somar com Amélio, mas sua fala favorece o contrário.
Para Dorinha, ou é governo ou nada. Ela própria tem os encargos da Federação com o PP.
Se for para Wanderlei, terá que encontrar lugar para o deputado Vicentinho Jr, presidente regional do PP.
E aí onde Wanderlei colocará Amélio Cayres e Eduardo Gomes e ele próprio é o enigma.
