O cancelamento do baile funk denominado Baile do GBR em Luzimangues (nas proximidades da ponte) é emblemático porque joga luz nas relações casuais entre políticos, empresários e setores alienados da população. E que, deduz-se, carregam as mesmas causas originárias.

Tem-se conhecimento, agora, que a Prefeitura de Porto Nacional cancelou o evento na sexta, um dia após ter concedido autorização para sua realização.

Não haveria entre uma assinatura e outra nada além da reação da parte da sociedade que ainda conserva sua saúde mental.

Como informa a Prefeitura de Porto Nacional (fazendo circular o Ofício 016/2021) a autorização do Baile do GBR foi concedida na quinta, 14, a Álvaro Junior Rafael (processo administrativo 2021000169).

E cancelada na sexta,15, um dia depois, pelo mesmo concedende, “em razão de elevado número de casos confirmados de Covid-19 no município de Porto Nacional”.

Quando a prefeitura concedeu a autorização (14) - como é agora público - já não havia mais ingressos para a festa, devorados pelas redes sociais. Nada diferente dos funkeiros que fazem o inferno em São Paulo ou Rio. Em plena pandemia.

O empresário já anunciava nas redes um novo lote de ingressos!! (como publicado no T1 Notícias). Conclusão necessária: quando vendia as entradas, não tinha autorização.

É verdade que o número de casos em Porto Nacional e Palmas (que seria a mais atingida) avança todos os dias.

Mas é uma informação que já existiria quando a Prefeitura concedeu a autorização, não subsistindo a justificativa da negação, senão por uma manipulação fajuta dos fatos, menos de 24 horas depois, por um aumento que já se dava antes dela.

No dia 14 (da autorização) Porto já registrava 3.396 casos e 58 óbitos. Um dia depois (sexta) na negação da autorização para a festa, eram 3.444 casos e 59 óbitos. Palmas tinha 22.927 casos na quinta e 23.003 na sexta, conservando entre uma data e outra o número de óbitos em 227 vítimas.

Por estes próprios números que demonstram a fragilidade da argumentação da Prefeitura desmonta-se, por certo, outra empulhação: que a autorização teria sido dada porque haveria um decreto da gestão anterior encerrada há duas semanas. E que a Prefeitura iria publicar outro decreto na segunda-feira que proibiria uma festa já realizada.

Foi atropelada por uma reação que não esperava da sociedade.

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