Um desses portais do Estado atribuiu na noite de ontem ao senador Eduardo Gomes a declaração de que “agora” o Estado entraria em uma fase de recomposição institucional.

Mais: que para o Senador o momento é de diálogo com a população.

Não só isto: que a fala do parlamentar teria repercutido “fortemente” entre as lideranças do Estado.Sem citar qualquer uma delas.

Isto tudo quase simultâneamente ao voto de Fux na noite de ontem.

Saiu a decisão, e as lideranças já estariam aplaudindo o pensamento de Eduardo Gomes.

Deixo de lado a questão da recomposição institucional. 

Isto porque a decomposição moral foi provocada pela própria classe política. Dentre eles, o grupo de Gomes.

Ou ele não era, até dias atrás, da chapa que Wanderlei elaborava com Amélio Cayres na cabeça?

Lembram-se do áudio vazado da senadora Dorinha Seabra em agosto passado?

Ali, uma das conspirações da Senadora do UB era justamente atrair Eduardo Gomes para seu projeto, no que derrubaria a chapa de Wanderlei/Amélio.

Na semana passada, Dorinha (ainda com chapa com Eduardo) fez circular nota sobre a decisão liminar do STF que devolveu o cargo ao governador e sequer citou Wanderlei Barbosa.

Para bom entendedor, defendia o Supremo e não Wanderlei. Eduardo foi mais assertivo sobre a mesma decisão.

Já a decisão de ontem foi exarada seguindo os princípios institucionais.No que respeita ao diálogo dos políticos com a população,ele se dá nas urnas.

O mesmo portal havia inventado anteontem uma entrevista da ex-senadora Kátia Abreu defendendo a decisão que retornara Wanderlei ao cargo. 

Uma irresponsabilidade e vigarice incontestes.

Foi obrigado a retirá-la das redes sociais. A senadora procurada para falar sobre as supostas declarações disse-me ontem que há três anos não concede entrevistas.

E sequer conhecia o portal. Estava indignada com a “invenção”. Um portal que recebe verba pública.

As duas situações sugerem um mesmo projeto: a possibilidade de apropriação de Gomes - por intermédio de tributários - do ativo político de Wanderlei (e da sucessão).

E a eliminação de supostos adversários, estabelecendo no fake-news convergência na institucionalidade, com a finalidade de reduzir o ativo da oposição na crítica aos desvios em investigação.

Gomes por enquanto é candidato ao Senado. E, como se nota, foi, do ponto de vista político, mais beneficiado que Wanderlei pelo STF.

O problema é que o grupo de Wanderlei não tem só Wanderlei para ser convencido a entregar o comando das eleições ao PL.

Como faz bem prova a resistência de deputados ao novo governo que parece querer propor o governador.

Rebocado, pelo que se apresenta, por Eduardo Gomes.

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