O deputado Antônio Andrade na sua primeira crise política. Ainda que demita o nomeado diretor de uma das áreas de comunicação da Assembléia, ex-prefeito Homero Barreto Filho (e não há como mais não fazê-lo), a situação expôs critérios de composição para sua eleição na presidência do Legislativo. E que, convenhamos, um ônus que certamente teria que ser dividido com Mauro Carlesse e Wanderlei Barbosa que o patrocinaram na condução da presidência do Legislativo estadual

Enquanto no debate sobre uso de cargos públicos para cooptação de apoios se tem como paradigma um território político não raro intangível e permissionário de práticas heterodoxas como meios por fins buscados legitimamente, na nomeação de Homero enfrenta-se resistência de outra natureza: jurídica.

Um ex-prefeito pendurado em uma centena de processos judiciais por improbidade administrativa (como revelou o jornalista Laiton Costa no Jornal do Tocantins) e que tais exigiria um escrutínio obrigatório e mais amiúde da administração que antecedesse a sua nomeação.

Coisas que se o deputado Antônio Andrade fez, não se ateve à impropriedade e negligenciou o estrago que uma ficha tão extensa quanto densa emprestaria à sua gestão na presidência de um poder de Estado. Se Homero tem sua defesa jurídica, deve fazê-lo no fórum competente e fora de cargos públicos.

É uma situação que sobrepõe-se à discussão inicial de que não fosse jornalista, que isto o prejudicaria no cargo e que o Sindicato da categoria levantou ontem. Ainda que o bom senso e o senso comum indicassem melhor para cargo de funções de comunicação profissionais da área, o cargo de diretor é de livre nomeação e função de confiança.

Nem sempre um médico é o melhor Secretário de Saúde ou um engenheiro tivesse o elemento único para Secretário de Obras. E que se note:  não se está se referindo à atividade jornalística e sim de gestão. O Sindicato dos Jornalistas fez o seu papel de defender a categoria, evidentemente. Caberia a um dirigente político não provocar amplificadores nem o bom senso.

Ainda mais Antônio Andrade. De uma boa gestão nestes dois anos depende sua reeleição na presidência do Legislativo. E dela um lugar relevante na sucessão estadual de 2022. Primeiro, porque Mauro Carlesse e o vice enfrentam processos de cassação nas duas eleições.

E segundo, não menos relevante: o vice quer disputar a prefeitura de Palmas em 2020 (com possibilidades de eleição) e o governador (se conservar a elegibilidade) um mandato de deputado federal ou senador em 2022, obrigando a ambos à renúncia aos cargos.

De outro modo: Toinho Andrade não é só poder concreto no Legislativo. E expectativa e perspectiva real de poder no governo estadual. E esta linguagem soa como música nos aurículos da classe política impulsionadora de apoios e votos, fundamental para dar musculatura política ao deputado. E que se registre: do partido do governador.

Não há outra saída para Antônio Andrade que não demitir Homero Barreto Filho. O problema maior não é com os Barretos, de tradição pacífica do ponto de vista político e de fácil entendimento (o pai é ex-prefeito e ex-deputado federal e que tem Siqueira Campos como referencial). Mas sim com a vaidade de não admitir o erro, sobrepondo-se ao senso comum e à razão.

Antônio não pode titubear para justificar seu nome que no latim nada mais é que digno de apreço. E isto custa caro porque justamente não pode ser precificado.

Não há outra saída para Toinho Andrade que não demitir o ex-prefeito que nomeou diretor de uma das áreas de Comunicação da Assembleia. Ou demite ou o diretor contamina sua gestão com o Ministério Público na sua cola.

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Ponto Cartesiano

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