A BRK (ex-Odebrecht Saneatins) é o típico caso de um negócio que tinha tudo para dar certo e cai para trás. Intuo que a empresa tenha herdado os vícios da Odebrecht. Ainda que não os tenha praticado, concorre para sua manutenção.
O problema é que a dívida cai no colo dos consumidores que repassa-lhes despesas nas faturas da conta de água. O contrato assinado pela empresa com a prefeitura de Palmas, na gestão do ex-prefeito Carlos Amastha, é bom exemplo disso.
Aqueles R$ 40 milhões adicionais pela renovação da concessão (para aplicação em área diversa do saneamento e água, uma contrariedade a lei federal) assim como os R$ 240 milhões prometidos como investimento na Capital, foram distribuídos na conta de água de moradores de outros 43 municípios, em função da tarifa unificada.
Esses 43 municípios (que não viram a cor do dinheiro) pagaram-no (ou o estão pagando na conta). O expediente foi apontado pela Agência Tocantinense de Regulação (Nota de Instrução/ATR/2018) e informado ao então presidente da Agência de Regulação da Capital, Cláudio de Araújo Schuller (Ofício ATR 138/2018/PRESI), em 21 de maio de 2018. Agência criada por Amastha numa explícita concorrência com a agência estadual e à larga da legislação.
Tudo isto aí sem a aprovação dos vereadores. Mas com o consentimento da empresa de água e saneamento.