Recobrado do apagão anestésico da posse no cargo de governador, Laurez Moreira reinicia seu projeto 2026.
Agora com a administração sob sua direção. São 31 secretarias (ou com status de) e 17 autarquias.
Até o final do ano (pela execução orçamentária de julho publicada dia 1º de setembro) tem um saldo nas despesas orçamentárias a realizar de R$ 7,885 bilhões.
E apenas R$ 7,111 bilhões de previsão financeira no saldo orçamentário até dezembro. A LOA é de R$ 17,393 bilhões. Mais despesas a pagar do que receitas a realizar.
O governo Wanderlei havia arrecadado (até julho) R$ 10,468 bilhões de receitas e autorizado outros R$ 10,502 bilhões de despesas.
Os números de agosto no portal das transparências deste sábado mantém o desempenho: R$ 11,9 bilhões de receitas e R$ 11,9 bilhões de despesas.
Apesar do aparente aconchambramento do equilíbrio do portal das transparências, ainda assim ter-se-ia um saldo orçamentário de despesas e receitas de 31,6% para 33,3% de exercício restante. Ou: mais meses que previsão de receitas e despesas.
Significa que Laurez (o afastamento é por 180 dias/seis meses) teria até o final do ano (de agosto a dezembro, considerado o relatório oficial até julho) apenas 40,8% das receitas previstas no orçamento para pagar 45,37% das despesas planejadas, como registrado no saldo orçamentário a realizar.
Um déficit preocupante para um Estado que perdeu em poupança e liquidez no primeiro semestre (STN). E aumentou o endividamento com novas operações bancárias que tem como garantia o FPE e a própria arrecadação. Ou seja, reduziu o seu espaço fiscal.
Pode contingenciar ou pressionar por mais arrecadação estadual, no que será confrontado com o R$ 1 bilhão de renúncias fiscais (1° semestre/2025) e os R$ 2 bilhões de isenções de 2024.
E aí dependerá tão somente do esforço do Fisco, ainda sem titular. Um cargo que exige mais capacidade técnica do que articulação política.
Mas é indubitável a necessidade de um pacto tanto com a sociedade política quanto com a sociedade civil.
Ressabiadas com três governadores eleitos afastados em menos de oito anos. E sob iguais acusações.