A presidente da Câmara de Palmas, Janad Valcari, armou um circo no Legislativo municipal nesta quarta que, ao invés de legitimar sua ação parlamentar, escancarou sua disposição para dar à Câmara o papel de oposição à prefeita eleita. Uma distorção, claro, porque a presidente não pode opor-se a outro poder. Individualmente, sim. Mas como presidente, não!!!

Denominou veículos de comunicação (convidados a participar do teatro) que submetem suas ações ao escrutínio lógico e institucional como imprensa podre e, da tribuna, acusou Cínthia Ribeiro de furtar na prefeitura, com a verborragia e o nível com que tem rebaixado a Casa de leis metropolitana.

Fez uso de terceiros menores de idade (e sem qualquer denúncia de ilegalidades) para defender o filho menor que ganhou licitações em Gurupi e Porto Nacional (ambos os contratos sendo investigados pelo Ministério Público), acusou pressões da Prefeitura a jornalistas sem qualquer prova.

Ignorando que a Secretária de Comunicação, Ivonete Mota, tem relacionamento com os jornalistas desde a criação do Estado. Quando Janad, só tinha 5 anos, Ivonete já era jornalista no Jornal do Tocantins, relacionamento que conserva até hoje com a grande maioria dos jornalistas assessores e veículos.

Evidente que da tribuna da Câmara usar como prova menores integrantes de contratos sociais de empresas quando menores, hoje adultos, sem relação com irregularidades no serviço público, listando seus nomes, incorreu em delito que deve acreditar estar encoberto pela imunidade parlamentar. Não está.

Da mesma forma que as acusações de furto de que acusou a prefeita sem apresentar provas pode dar-lhe outras dores de cabeça. A presidente da Câmara faria melhor se tivesse encaminhado as denúncias ao Ministério Público, dado que já tem três meses de mandato.

Aliás, o papel do vereador é fiscalizar e apreciar as contas da Prefeitura. Um dos parlamentares a seguir Vanad nas acusações, Moisemar Marinho, vem de outras legislaturas onde foram aprovadas as tais irregularidades de que hoje acusam Cínthia.

Se Moisemar tivesse encampado o papel de hoje, certamente teria fiscalizado os desvios de R$ 50 milhões do Previpalmas ou a escandalosa renovação da concessão da BRK Ambiental. Ou denunciado o BRT e não aceitasse as mudanças no Plano Diretor cujo efeito mais nocivo foi autorizar a transformação de áreas de preservação em loteamentos de alta renda.

E o que dizer do atraso na apreciação das contas do ex-prefeito? E a proposta de elevar o número de vereadores? E aquela de criar o 14º salário para os vereadores????

Que sejam bem-vindos os novos Moisemar e Janad. Desde que tenham respeito ao Legislativo e às instituições que não podem ser tratados como escada de projetos políticos pessoais.

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