Estudo divulgado ontem (ver nesta página) pela Agência Brasil revela que 33% dos processos por racismo em tramitação nos tribunais religiosos dizem respeito a intolerância religiosa.

Isto tem relação, em boa medida, com o impulso empreendido por líderes religiosos na condução política dos fiéis de suas igrejas.

Não se importam sequer com a contradição entre o sagrado e o profano, material e espiritual, na busca de poder.

Elegem-se, formam suas bancadas, com a única finalidade: poder material, resguardadas as exceções de praxe. Até onde se sabe, a chave do céu seria outra nas suas teorias.

Mas ganham poder terreno e para mantê-lo dedicam-se a extirpar religiões que não os acompanham na forma e método. Uma simples questão de mercado.

Isto tem gerado lucro e poder. E mais discriminação naqueles que não tem poder de mando em suas decisões porque atrelados à promessa da boa-venturança. Basta pagar a parte da igreja e entregar-lhes o voto soberano.

E que é incentivado pelo poder público. Em Palmas, de maioria católica, a igreja ganhou um lugar ao lado dos três poderes.

Os evangélicos (outro ramo do cristianismo) ganharam imóveis em praticamente todas as quadras para montarem suas franquias religiosas.

Há quase uma célula evangélica nas cerca de 200 quadras do plano diretor. Poder e ativo político porque ninguém retornou da morada eterna para comprovar que seu terreno no céu valeu o esforço na terra.

Os espíritas, os adeptos do candomblé, um outro sem número de religiões e religiosos (e até os ateus), na prática, relegados a segundo plano ainda que o estado seja laico.

Só mesmo muita fé para suportar esse rolo compressor. E que está até mesmo nos tribunais, como aquele anunciado no Supremo Tribunal Federal como terrivelmente evangélico e o outro de igual modo super-católico.

Não se tem conhecimento, com efeito, de juízes muito umbandistas nem muito espíritas ou ateus.

Enquanto isto, o planeta, essa bola de ferro, um ponto menor do que um grão de areia no sistema solar que dirá das outras galáxias conhecidas no espaço sideral, segue seu destino solitário de girar em torno de si e da estrela maior.

E a gente torcendo para que seu núcleo interior de ferro na pare de se mover ou que a gravidade não deixe de atuar e não sejamos expelidos pelo espaço. Ou ainda que ela não saia de sua órbita e até mesmo que um asteróide maior -sobre os quais o homem não tem controle algum -não colida com a nossa nave e puft.

Vamos votar, minha gente. Seu voto é o ingresso para o céu. Vem aí o Carnaval da Fé. Na casa do senhor não existe Satanás, Xô Satanás. Xô Satanás.

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