O curioso desta divulgada tentativa do deputado federal Carlos Gaguim (no T1 Notícias, da jornalista Roberta Tum) de barrar a saída (sem perder o mandato) da deputada Vanda Monteiro do UB pode ser refutada pela parlamentar com a própria fundamentação estatutária esgrimida pelo ex-governador.

Afinal não é expressão de fidelidade partidária um deputado federal fazer, há mais de ano e sem qualquer decisão partidária, pré-campanha por uma candidata de outro partido (Janad Valcari, do PL) em desfavor da candidatura de sua legenda, o União Brasil, justamente Vanda Monteiro. E que teria, por este motivo, razões para judicializar a questão. 

Uma judicialização que pode, a depender do processo, esticar a corda e prejudicar o partido a apoiar Janad com fundo partidário e eleitoral. Ou mesmo coligação sub-judice.

A situação ocorre, em larga medida, da falta de comando da senadora Dorinha Seabra sobre o partido e seus membros.

Dorinha, por algum motivo, está dando suporte a Carlos Gaguim que enfrentou quando o deputado agiu publicamente para retirar-lhe a presidência do partido e entrega-lo a Mauro Carlesse.

Como ambas as ações de Gaguim (lá como aqui) interferem no seu comando da sigla, a aceitação implícita agora à perda de poder político no UB por parte de Dorinha deve ter certamente uma causa de que a entrega do partido a Gaguim – como é explícito nessa movimentação na Capital - é só consequência.

E que se note: por muito menos o PSDB e o PMDB nacionais interferiram em candidaturas no Estado em 2014 e 2020.

Em 2014 porque raciocinava que o candidato Junior Coimbra estaria em favor de Siqueira Campos e em 2020 porque o presidente regional do PSDB queria disputar a prefeitura, quando partido já tinha uma prefeita com direito à reeleição.

Agora é Carlos Gaguim (que não preside o partido) forçar uma deputada estadual eleita a apoiar uma candidata de outro partido quando ela própria se mostra competitiva.

E sem convenção. E a presidente do partido, senadora Dorinha Seabra, não bate na mesa nem mostra os Estatutos ao deputado Carlos Gaguim.

Só pode ter caroço nesse angu.

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